Vivendo para o céu em um mundo que está indo para o inferno
Um tema que tem sido bastante atual para nós é a questão dos refugiados. Assistimos praticamente ao vivo o deslocamento de multidões de muçulmanos foragidos da Síria e de todo o Oriente Médio, para países da África, Europa, Ásia e Oceania. São barcos lotados de pessoas que viajam em busca de socorro, em uma jornada de esperança e desespero.
As pessoas abandonam as suas casas, as suas famílias, os seus empregos, os seus amigos, sua história, sua cultura, seu povo, seus sonhos, seus planos e projetos. Abandonam tudo. E fazem isso por medo de perder a sua vida, e com o desejo de proteger os seus familiares. Vemos nos olhos dos refugiados, dor, medo, angústia, tristeza, medo, ódio, ira…. desespero.
Perder tudo de uma hora para outra não é fácil para ninguém. Fazer isso sem ser por vontade própria, é mais difícil ainda. Quando o apóstolo Pedro está escrevendo esta carta, está endereçando-a para as pessoas que eram cristãs e que agora estavam refugiadas nesta região da Ásia Menor. Foram famílias inteiras, milhares de pessoas, que tiveram que mudar de nação por conta da sua nova declaração de fé. Eram refugiados, forasteiros, por decidirem abrir o coração e agora seguir os passos de Jesus.
Pedro endereça a carta a pessoas que conhecem o sofrimento de perto. Que sentiram o cheiro da morte, o calor da perseguição, o bafo do medo, a angústia da solidão e que ainda continuam vivendo e respirando estes ares. São pessoas que estão vivendo o inferno na terra.
Pode parecer uma expressão muito dura, mas o inferno, para estas pessoas, tem uma imagem muito próxima e real, pois elas são pressionadas em todos os sentidos. Perderam tudo e ainda continuam sofrendo perseguição, mas a palavra de Pedro para elas é INCRÍVEL.
Pedro apresenta no início da carta que o Pai, o Filho e o Espírito Santo estão acompanhando tudo o que está acontecendo e estão no controle de tudo. Pedro se apresenta como apóstolo de Jesus Cristo, fala que Deus os elegeu e que serão santificados pelo Espírito Santo. Ou seja, é como se ele começasse a carta assim: “eu sei que vocês estão sofrendo, mas, mais importante do que isso, O DEUS SOBERANO sabe o que está acontecendo com vocês.
É possível experimentar o céu espiritual em meio ao inferno aqui na terra. Não desanimem, não desistam, não esmoreçam; pelo contrário, sejam fortalecidos e encorajados em meio à perseguição e ao sofrimento. GRAÇA E PAZ, vos sejam multiplicadas”. Essas são palavras de profundo encorajamento, ditas por um homem cheio de fé e de ousadia. O próprio apóstolo passava por uma situação terrível de perseguição e medo. Mas ele está feliz, está cheio de vida, de coragem. Ele está cheio do Espírito Santo. E ele escreve. Os sofrimentos já são grandes, mas, mesmo se eles aumentarem, não vacilem na fé, não se curvem diante dos problemas, não retrocedam em meio ao sofrimento. Sejam gratos. Vivam o céu em meio ao inferno.
JESUS É A NOSSA ESPERANÇA PARA VENCERMOS O SOFRIMENTO.
Pr. Eduardo Ribeiro Borges
Pastor Auxiliar