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Estudos e artigos

Vencendo com Cristo

A Copa do Mundo está às portas, e, mesmo que possamos estar insatisfeitos com os rumos de nosso país, sempre sobra um sentimento no coração de desejo de vitória. Até aqueles que dizem ser melhor o Brasil perder a copa (para evitar um uso político da vitória), quando a bola rola, dificilmente conseguem torcer contra. Ainda que digam que estão torcendo pela derrota, sinceramente creio que é uma declaração da boca para fora, mais racional do que alinhada com o coração. Quando a seleção canarinho entra em campo, o desejo é um só: vamos ganhar! E vamos ganhar bonito, jogando o “futebol arte”.
O desejo pela vitória faz parte de qualquer competição, e no país do futebol, não poderia ser diferente numa Copa do Mundo dentro de casa. Na verdade, o desejo pela vitória se extrapola para qualquer área de nossas vidas. A busca por ser bem-sucedido está na cultura pós-moderna e mais arraigada em nós do que podemos imaginar. Não há nada de errado em se querer vencer, mas tão importante quanto a vitória é entrar na batalha correta. Nossas maiores batalhas não costumam ser na área esportiva, nem na área política ou econômica. A grande batalha de nossas vidas, na verdade, é contra um “ser” bem mais poderoso: nosso próprio ego, ou como diria o apóstolo Paulo, nossa carne, simbolizando os desejos interiores que nos afastam do ideal de Deus para nós.
De modo geral, as grandes batalhas começam pequenas, dentro do coração, quando vamos fazendo breves e pontuais concessões a valores que julgamos errados, mas, por causa de um benefício imediato, acabamos optando por atender. Ao invés de acolher aquele que é diferente, agimos com preconceito. Ao invés de viver uma espiritualidade rica e renovada, optamos por uma religiosidade vazia e ritualística. Quando ofendidos, ao invés de perdoar, retrucamos com mais ódio, alimentando o círculo vicioso. Olhamos os que estão à nossa volta com orgulho, de cima para baixo, julgando-nos superiores ao “resto”. E se enfrentamos um fracasso, deixamos o mundo ruir abaixo de nossos pés, pois descobrimos quão arenoso é o fundamento de nossa vida.
Se ser externamente vitorioso não é para muitos, ser internamente vitorioso é algo ainda mais delicado, pois a medida não é relativa – o outro – mas absoluta. Se formos comparar nossas vidas com os que venceram exteriormente, dificilmente encontraremos uma pessoa completa. Grandes cientistas foram pais e maridos terríveis. Grandes esportistas se revelaram de caráter extremamente duvidoso. Políticos renomados se mostraram poços de orgulho e violência. Mas, se buscamos a vitória interior, só um pode ser considerado uma verdadeira referência: Jesus Cristo. Este, sim, viveu o que pregou. Ele, com certeza, não pode ser enquadrado no tipo “faça o que eu falo, não o que eu faço”. Sendo o maior de todos, mostrou-se humilde. Sua religiosidade era completamente oposta a algo vazio e sem vida. Diante do ódio, estendeu o perdão. Quebrou as estruturas de preconceito de seus dias e venceu o suposto fracasso da cruz com a ressurreição.
Vencer na vida é vencer com Cristo. E vencer com Cristo é algo muito mais profundo e duradouro do que alguns minutos de glória diante dos homens. Se queremos vencer de verdade, não há outro caminho. E nem é preciso.
“Eis que estou à porta e bato; se alguém ouvir a minha voz e abrir a porta, entrarei em sua casa e cearei com ele, e ele, comigo. Ao vencedor, dar-lhe-ei sentar-se comigo no meu trono, assim como também eu venci e me sentei com meu Pai no seu trono.” (Apocalipse 3:20-21)

Pr. Luís Fernando Nacif | prluis@oitavaigreja.com.br