Menu

Estudos e artigos

UNIDADE NA FAMÍLIA

“Criou Deus, pois, o homem à sua imagem, à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou.” (Gênesis 1.27)

Dentre todas as criaturas sobre a face da terra, nenhuma se compara ao ser humano. Por mais que os golfinhos sejam considerados muito inteligentes, que os elefantes tenham boa memória ou que os chimpanzés consigam aprender e interagir com os pesquisadores, é só olhar para o que a humanidade já conseguiu e o que qualquer desses animais já fez e a diferença é gritante. Por mais que a ciência tente justificar esse fato por meio de teorias evolutivas, é difícil negar algo que salta aos olhos: há no ser humano uma centelha de inteligência e capacidade que o destaca sobremodo de todos os outros animais.

O relato bíblico da Criação não deixa dúvidas quanto a isso. Ao formar o homem, Deus lhe soprou um fôlego especial, divino, algo que não fez com as demais criaturas. E, assim, criou um ser “à sua imagem e semelhança”. Em momento algum isso quer dizer que Deus tem um corpo com braços, pernas, ouvidos e boca, mas, com o corpo, o homem reflete aquilo que Deus é e faz. O Deus da Bíblia é um Deus relacional, que não só pensa, mas toca, fala e escuta. E se o Deus bíblico é Triuno, relacional, vivendo em perfeito amor na presença do Filho e do Espírito Santo, nada mais “natural” que sua imagem ser uma imagem relacional, movida pelo amor. E assim, homem e mulher – e não só o homem – são criados à essa imagem de Deus, para que, juntos, expressem o amor aprendido do Criador.

E da mesma forma que ambos foram criados à imagem de Deus (Gn 1.27), a ambos é dada a ordem da multiplicação, do domínio sobre a Criação e do seu cuidado (Gn 1.28). O mandato de cuidar da Criação foi dado ao casal, pois Adão e Eva formavam uma unidade que representava o próprio domínio de Deus sobre a terra. Ambos, e não só um ou outro, eram responsáveis diante de si mesmos, do outro e de Deus. E o Senhor, ao ver tudo o que havia feito, especialmente o casal-imagem, disse que aquilo era “muito bom” (Gn 1.31). E descansou.

Homem e mulher foram criados com uma infinidade de semelhanças, para que pudessem se relacionar num nível sem precedentes entre os demais animais, mas também com diferenças suficientes para que se complementassem, pois não havia algo, nem no homem, nem na mulher, que os levassem a entender que se bastariam sozinhos. Na reprodução, eram interdependentes. Em características como força física, sensibilidade, criatividade, racionalidade, complementavam-se de tal forma que, com pouco tempo, perceberiam que “foram feitos um para o outro”, ou, na linguagem de Adão, ainda sem os jargões culturais, “ela é osso dos meus ossos e carne da minha carne” (Gn 2.23).

Negligenciar a unidade do casal Adão e Eva é desprezar a Inteligência por trás da Criação e deixar de vivenciar toda a riqueza preparada por Ele ao estabelecer essa complementaridade. Não podemos dizer que só há plenitude numa vida em casal, pois assim estaríamos declarando que o Senhor Jesus não foi pleno em sua encarnação, mas tampouco podemos achar outra possibilidade de união, nesse nível de integração, que não seja entre um homem e uma mulher.

A unidade formada pela união de homem e mulher precisa ser valorizada, ensinada, celebrada, cultivada e, para muitos, reaprendida. Dos mais velhos até os recém-nascidos; casados e não casados; homens e mulheres; de direita ou da esquerda, precisamos todos aprender das Escrituras o modelo de Deus para o princípio da unidade familiar: “homem e mulher os criou”.

Pr. Luís Fernando Nacif Rocha

Pastor Auxiliar