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Recentemente, perdemos uma membro muito querida aqui na Oitava Igreja: Dona Rafaela Pederzine, que faleceu no dia 31/07. Mas alguns meses antes, tivemos o prazer de conversar com ela, ouvir suas histórias, honrar a sua dedicação à igreja e publicar uma entrevista na Oitava Revista. Leia abaixo a entrevista realizada em maio:

Quando você veio à Oitava Igreja pela primeira vez, recebeu uma carta nominal, escrita à mão, dando as boas-vindas? Se sim, imagina quem foi que a escreveu? A iniciativa do envio de cartas para os visitantes e pessoas que tem interesse em se tornar membros da igreja é do Ministério de Integração e a responsável pela confecção das cartas é uma membro especial aqui da igreja: A Dona Rafaela Pederzine.

Ela se converteu ainda na juventude, depois de comprar os quatro evangelhos de um seminarista católico que vendia nos comércios de sua cidade, em Resplendor, no Vale do Rio Doce. Segundo Dona Rafaela, antes disso, ela tinha muita resistência com os crentes: “Eu não aceitava o evangelho de jeito nenhum, era contra, dizia que nunca seria crente, comprei os livros para confrontá-los, mas o Espírito Santo falou ‘agora é minha vez’”.

Também enfrentou dificuldades dentro da própria casa, já que sua mãe era contra a sua conversão: “Ela quis até mesmo jogar minhas roupas na rua, chamou um padre para conversar comigo, pediu que eu decidisse por minha fé ou por uma vara. A gente não quer contrariar, mas nesse ponto, precisamos pensar na outra vida”, ela conta.

Com 89 anos, Dona Rafaela está na Oitava há 46 e tem uma linda história de serviço e ensino da Palavra de Deus. Desde a sua chegada, ela se envolveu em ações que levavam a mensagem do Evangelho a pessoas distantes da igreja, como a realização de cultos nos lares, que mais tarde se tornavam congregações e igrejas, e visitas diárias nas casas de membros.

Um dos projetos dos quais ela participou foi a evangelização na Colônia Santa Isabel, região do município de Betim que abrigava os pacientes com hanseníase, entre as décadas de 70 e 90. Foram 20 anos de serviço, ministrando para os adultos e na Escola Bíblica para as crianças em uma igreja da região e nos cultos dos lares.

Semanalmente, ela ia ao local para falar de Jesus às pessoas que, muitas vezes, eram vítimas de exclusão da sociedade. Apesar do grande esforço que precisava fazer, pegando vários ônibus para chegar até lá, o trabalho valia a pena: “Chegava cansada, até demorava a dormir, porque ficava lembrando”. E ele tinha frutos, pois ela conta que viu a conversão inesperada de um homem perdido e que esse foi um episódio que marcou aquela época.

Hoje, morando em uma casa para idosas, Dona Rafaela continua atuante no ensino da Palavra e na oração. “Faço aconselhamento, qualquer problema que elas têm, vem conversar comigo. Também já ministrei quatro vezes em cultos especiais aqui”. Ela ainda usa a internet para fazer suas pesquisas e estudos da Bíblia. Além disso, suas atividades incluem a preparação das cartas que ela faz com muito gosto: “O que mais me motiva a escrever essas cartas é a alegria que eles ficam ao recebê-las”.

Diante de toda a sua história, Dona Rafaela demonstra uma grande gratidão ao Senhor: “Eu não cesso de agradecer a Deus por minha salvação, e o cuidado que Ele tem com a gente no dia a dia, às vezes quando eu vou dormir é que eu vou meditar nas coisas que Deus já fez por mim, quantos livramentos e envios com bom resultado”, e afirma que não quer parar de servir: “Peço para Deus me dar forças e oportunidades para eu fazer as coisas para Ele, porque eu não quero parar, eu peço ‘fala comigo o que o Senhor quer que eu faça’”.

A D. Rafaela destacou, ainda, a importância da oração e da leitura da Bíblia, falando que esses são os nossos alimentos espirituais diários. Uma vida inspiradora, muitas histórias impactantes que glorificam o nome de Jesus e que podem ser exemplo. Um dos pedidos da senhora foi por mais visitas. Então, se você quer conversar um pouco mais com ela, procure o Ministério de Integração e faça uma visita.