Menu

Pr. Jeremias

Sofrimento de Cristo

 

 

As cartas de Tiago, Pedro e João, colocadas antes do livro do Apocalipse, no fim do Novo Testamento, são denominadas Cartas Gerais. São chamadas assim porque elas não são endereçadas a nenhuma igreja específica.

De modo particular, estaremos concentrados nos próximos dias em estudar a carta de I Pedro. Recomendo à amada igreja a leitura repetida desta carta de encorajamento em meio ao sofrimento, às tribulações e às dores da vida.

Apesar de abordar muitos temas relevantes e importantes, o foco principal da primeira carta é sobre as reações e o comportamento do servo de nosso Senhor Jesus Cristo diante do sofrimento e, especialmente, diante da perseguição. Todos os cinco capítulos desta carta falam de sofrimento.

Ao recordarmos sobre Pedro, apóstolo de Cristo, sabemos que, quando Jesus pela primeira vez disse aos seus discípulos que o Filho do homem deveria sofrer rejeição, perseguição e morrer, ele repreendeu ao Senhor com veemência. Mas agora em sua carta, 30 anos depois da morte e ressurreição de Cristo, nós o encontramos em outra “vibe”. Cada um dos capítulos contém observações teológicas, doutrinárias e práticas sobre a importância do Sofrimento do Messias, Cristo Jesus.

Um comentário de Dr. John Stott afirma que “Pedro faz duas declarações sobre o propósito da cruz:

Cristo nos deixou o Exemplo. Cristo, Ele mesmo levou em seu corpo os nosso pecados sobre o madeiro (1.24). “Levar os pecados” é uma expressão do Antigo Testamento que significa: levar sobre si a punição pelo pecado. Normalmente, aquele que pecava devia levar sobre si a punição pelo seu pecado. Entretanto, algumas vezes, Deus, em sua grande misericórdia, providenciou um substituto para sofrer a penalidade em lugar do outro, tal como a oferta pelo pecado e em especial na figura do bode expiatório, no dia da propiciação (veja o livro de Levítico).

Os israelitas piedosos sabiam, no entanto, que tudo isso era apenas simbólico, pois, o sangue de touros e bodes não poderia tirar o pecado (Hb 10.4). Assim, eles esperavam pelo dia em que o servo sofredor de Isaías 53 levaria os seus pecados. Jesus aplicou aquela profecia a si mesmo.

Algumas pessoas nos dias de Pedro e Paulo relacionavam mais ou menos assim:
– Se Cristo tomou o nosso lugar, levou sobre si o nosso pecado, recebeu a nossa punição e morreu a nossa morte para que recebêssemos o perdão pelos nossos pecados, isso significa que podemos viver e nos comportar agora do jeito que quisermos e continuar pecando sem problemas.
Pedro corrige isso nessa carta energicamente. Ele levou os nossos pecados, a fim de que morrêssemos para os pecados e vivêssemos para a justiça. Assim, a morte de Cristo não somente garante o nosso perdão como também garante a nossa santidade”.

Não há cristianismo sem Cruz. Um cristianismo sem cruz é uma mentira. É apenas autoajuda e não o verdadeiro evangelho. Um cristianismo sem justificação por meio de Cristo é falso. E um cristianismo sem santificação não tem nenhuma ligação com a mensagem da cruz. A cruz de Cristo é a mensagem divina que vence o diabo, o mundo e o pecado.

 

Pr. Jeremias Pereira
Pastor Titular