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Estudos e artigos

Relacionamentos em meio ao sofrimento

1 Pedro 2.1 – 3.13

É interessante notar como o humor e o comportamento das pessoas nas arquibancadas dos jogos de futebol se alteram de acordo com o que se passa em campo. Quando o time está goleando, a torcida do vencedor se abraça numa intensidade que beira a comédia. Pessoas que nunca se viram antes, ainda que cobertas de suor (e dos odores decorrentes), se abraçam como se fossem amigos de infância. Por outro lado, quando o time está sendo goleado, brigas violentas irrompem até entre grupos que torcem para o mesmo time. Vemos como a pressão e as dificuldades são capazes de transtornar relacionamentos que deveriam ser preciosos.

Sabedor do potencial dessa reação humana, Pedro nos instrui como manter sadios os nossos relacionamentos, mesmo debaixo das maiores pressões. Vejamos o que ele diz em algumas passagens de sua 1ª carta:

Troque de cardápio espiritual – “Livrem-se, pois, de toda maldade e de todo engano, hipocrisia, inveja e toda espécie de maledicência. Como crianças recém-nascidas, desejem de coração o leite espiritual puro, para que por meio dele cresçam para a salvação” (2.1-2). Não é preciso ser sábio para perceber que somos naturalmente dotados de uma capacidade de sabotar nossos relacionamentos através do engano, da inveja ou da hipocrisia. A receita cristã está em trocar esses sentimentos pelo amor genuíno de Cristo, e isto é feito através de uma constante alimentação espiritual saudável, pela Palavra e oração, na presença constante de Jesus.

Pratique o bem, não importa o que as autoridades acima de você façam – “Pois é da vontade de Deus que, praticando o bem, vocês silenciem a ignorância dos insensatos” (2.15). A tendência natural diante das injustiças praticadas pelas autoridades é a de “chutarmos o balde”, negociando valores, desprezando ensinamentos bíblicos e vivendo uma vida dupla, onde a Palavra de Deus só é usada no ambiente religioso. Segundo Pedro, é justamente nesse ambiente de pressão que devemos reforçar nossa atitude de praticar o bem, pois tal atitude é poderosa para desarmar as artimanhas e armadilhas do inferno sobre nossa vida.

Ame, ainda que os outros não mereçam – No final do cap. 2 e início do cap. 3, Pedro fala de nosso comportamento diante do patrão (no caso, escravo-senhor) e do cônjuge. Ainda que o tratamento deles para conosco não seja justo, devemos servi-los com amor, pois é isso que aprendemos de Jesus porque “para isso vocês foram chamados, pois também Cristo sofreu no lugar de vocês, deixando-lhes exemplo, para que sigam os seus passos… Quando insultado, não revidava; quando sofria, não fazia ameaças, mas entregava-se àquele que julga com justiça” (2.21,23).

Tenha o controle da sua reação – É impossível evitar que outras pessoas venham a nos ferir, mas somos plenamente capacitados a ter domínio da nossa reação. A forma como respondemos a qualquer agressão começa a ser forjada na maneira como escolho meus valores. “Quanto ao mais, tenham todos o mesmo modo de pensar, sejam compassivos, amem-se fraternalmente, sejam misericordiosos e humildes. Não retribuam mal com mal nem insulto com insulto; pelo contrário, bendigam; pois para isso vocês foram chamados, para receberem bênção por herança” (3.8-9). Se eu decidir, hoje, pagar sempre o mal com o bem, isso me ajudará a tomar a decisão certa quando eu estiver sob pressão.

A pressão virá, os sofrimentos, vez por outra, baterão à porta. Como você se prepara para esse momento? Qual o seu alimento espiritual diário? Quem é o seu modelo de atitude em meio a lutas? Responder a essas perguntas com “Jesus Cristo” é garantia de vida.

Pr. Luís Fernando Nacif Rocha

Pastor Auxiliar