Quando o luto atinge a família
Toda perda é dolorosa e dramática. Seja a perda na política, no campeonato (qualquer esporte), do emprego, da afetividade, da saúde, divórcio, da confiança, ou mesmo quando a pessoa muda de igreja ou sai de seu país para um campo missionário.
Mas a perda de um ente querido é muito dolorosa. E a morte não escolhe idade, situação (pai ou mãe com filhos pequenos), ou condição social ou religiosa.
As perdas abruptas nos chocam, marcam mais a vida da família. Para quem vai, muitas vezes vai sem sofrer muito. Mas, mesmo nós que cremos em Cristo e na vida Eterna se pudéssemos, em alguns casos, trocaríamos a senha da morte de determinadas pessoas.
O processo do luto varia de pessoas para pessoa, mas ele existe, inclusive também atinge as crianças. Mesmo tendo certeza que – em Cristo a morte foi vencida e a ressurreição acontecerá e que nos veremos novamente, quando Cristo reunir a família, não conseguimos eliminar a dor, a tristeza, as lágrimas, a saudade e as memórias de nossas vidas.
Geralmente o processo do luto num primeiro momento ficamos chocadíssimos, abalados e incrédulos (“não é verdade!”); depois podemos nos sentir abandonados, traídos ou decepcionados com Deus; ficamos cheios de perguntas sem respostas, e ficamos cheios de culpa e autoacusações. Uma dor que parece que não vai sarar nunca, aperta o peito.
A presença dos familiares, amigos, irmãos na fé, de uma liderança pastoral orientadora e consoladora são importantes. É necessário pessoas que nos ajudem a re-agir e agir.
Falar sobre quem faleceu, reviver os bons momentos, conversar, ver fotos, valorizar e manter sua memória no meio da família é importante. O tempo pode cooperar, mas o tempo por si só não cura as dores de nossa alma.
Frases feitas como: “foi a vontade de Deus”, “a vida é breve”, “descansou”, “Deus levou para não sofrer no futuro” muitas vezes deveriam ser evitadas. Um abraço e a presença silenciosa ao lado da pessoa pode ser muito mais eficaz.
É preciso pregar para si mesmo: “Descanse, no Senhor, ó minha alma”! E seguir, passo a passo, em busca de sarar a alma, ter o coração consolado, aceitar a perda, readaptar a nova realidade sem a pessoa- e construir novos tempos.
Com carinho e orações para os que sofrem neste momento.
Pr. Jeremias Pereira | prjeremias@oitavaigreja.com.br