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OVOS DE CHOCOLATE ADOÇAM A BOCA MAS NÃO A ALMA

O evangelho nos traz transformações internas com consequências externas. Apenas a ceia e o batismo são sinais externos de algo interno. Tentam trazer a páscoa como simples celebração religiosa. Apenas como visual, externo. Lembrar do sacrifício de Jesus apenas como teatro é diminuir a epifania. Esquecem que Seu sacrifício, morte e ressurreição são acontecimentos históricos que trazem transformação interna. Regeneração, santificação, salvação e fruto.

Colocaram tudo isso em um ovo. A princípio, na fusão do cristianismo com culturas e celebrações que já haviam anteriormente. Na celebração do fim do inverno e início da primavera, agricultores enterravam ovos nas terras para aguardar uma rica colheita. O ovo, símbolo de vida e fartura em culturas pagãs, entra no cristianismo fundindo o sagrado e o profano cultural, dando novo significado àquilo que nas escrituras eram acontecimentos judaicos.

Não há celebração pascal na igreja gentílica primitiva. Amplia-se então a páscoa judaica à ceia do Senhor. Ao invés de se celebrar uma vez a cada ano a libertação do Egito, a Igreja Cristã tinha a mesa posta mês a mês, até mesmo semanalmente.

Já a páscoa religiosa, na última semana da quaresma, a semana santa, faz um paralelo à páscoa judaica, cronologicamente, onde a última ceia então a substitui. Assim se faz ao celebrar a morte do cordeiro e a saída à terra prometida. Agora todo crente celebra a morte do Senhor e sua ressurreição. Tipos e símbolos realmente empregados.

O ovo que religiosamente tinha um significado místico, e porque não idólatra, passa para a cultura e, sem questionamento, é literalmente engolido pela igreja que saboreia um símbolo pagão e busca um encaixe forçado à história do Evangelho.

Antes ovos ocos eram pintados e presenteados (a arte sublimava o significado ritualístico). Porcelana, metal, pintados e esculpidos, ovos deram à páscoa um sentido de prosperidade que, obviamente, culmina no capitalismo.

Agora não mais ovos de gansos e galinhas. Avestruzes tiveram paz. Então é a vez do chocolate. Doce, colorido e de diversos tamanhos, tomam a vez da arte e num consumo imediato torna alvo de um público voraz: pais e crianças.

Ovos para todos os gostos e agrados. Recheados com mais chocolate e por que não, brinquedos. Antes ocos, agora trazem ainda mais alegria. Brinquedos que ao longo do tempo ficarão esquecidos no fundo de alguma gaveta.

Chocolate é bom. Bom demais. Chega a acalmar a alma. Quem não gosta só pode ser julgado como excêntrico ou doido mesmo. Mas o doce momento do chocolate não pode apagar neste período o verdadeiro significado do maior evento da história da humanidade: o sacrifício, morte e ressurreição de Jesus é o fato mais sublime, importante, marcante que poderia acontecer. Tão importante como o “haja luz” é o “houve cruz”.

Pela cruz o Senhor nos redimiu e é isso que precisa ser lembrado no período da páscoa e celebrado na ceia do Senhor. Por pais e crianças, por velhos e jovens. Tipos e símbolos realmente empregados. Lembrança da Páscoa. Celebração da Ceia. E lembre-se: chocolates engordam. Fica a dica.

Pr. Bruno Barroso

Pastor dos Ministérios Infantil e de Juniores