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Estudos e artigos

Os Inimigos da Generosidade

Há certas coisas na vida que parecem contrariar a lógica. Se todos querem amar e ser amados, porque nosso mundo não é encharcado de amor? Se todos sabemos que cuidar da saúde é muito importante, por que todos não se empenham para tal? Tudo não deveria ser muito mais simples? Pois não é. E a lista se estende em diversas outras áreas, como é o caso da generosidade. Ela é extremamente prazerosa, tanto para quem a exerce quanto para a pessoa que dela é alvo, mas mesmo assim é uma atitude tão rara em nossos dias.
A dificuldade de exercitarmos a generosidade ou a de vermos outras pessoas a exercitando, entretanto, não tem uma explicação muito complicada. Muitos são os seus inimigos e eles só são vencidos através de disciplina, determinação e, especialmente, muita graça da parte de Deus através da operação do Espírito Santo em nós. O primeiro passo para vencer esses inimigos é ter consciência de que existem e identificar sua presença dentro de nós:
Avareza – um sentimento de forte atração pelo dinheiro e pelas coisas materiais. Ela domina nossa vida a ponto de acharmos que tudo o que temos é nosso e de mais ninguém, e que quanto mais o temos, melhor será nossa vida. A avareza começa com o desejo de dominarmos os bens, mas acaba tendo o efeito inverso, quando somos dominados por eles. Jesus chega a alertar, “Tenham cuidado e guardem-se de toda e qualquer avareza; porque a vida de um homem não consiste na abundância dos bens que ele possui”, para então perguntar, “Louco, esta noite te pedirão a tua alma; e o que tens preparado, para quem será?” (Lucas12:15,20)
Dureza de coração – um inimigo que vai se chegando devagar e se instala no profundo de nossa alma. Muitas vezes rejeitamos a generosidade por pura insensibilidade para com os que sofrem. Racionalizamos usando as palavras de Jesus de forma egoísta, “os pobres sempre teremos conosco”. Não nos sentimos iguais com o necessitado. Tratamos ele como uma estatística, um problema do governo. Deixamos que nosso coração, outrora compassivo e inclinado ao outro, se torne duro como pedra, vendo, mas nunca enxergando aquele que sofre.
Incredulidade – Talvez o mais perigoso dos muitos inimigos da generosidade, a falta de fé ataca a confiança mais básica no Deus Provedor. Deixamos de investir no Reino, na obra missionária transcultural, em ação social, na plantação de novas igrejas, por puro medo de um dia nos faltar o recurso, como se o mesmo Deus que provê o pão na mesa é o Deus que nos conduz nos seus planos eternos para a humanidade. Passamos a achar que nossos recursos foram por Ele destinados apenas para nossa sobrevivência, e não nos vemos como instrumentos da graça de Deus para outras pessoas.
Ter inimigos não é algo que pode desanimar o cristão temente a Deus. Paulo já cravara o veredito diante de uma lista interminável em Romanos 8, “Em todas estas coisas, porém, somos mais que vencedores, por meio daquele que nos amou.” (v. 37) Não há inimigo que se mantenha de pé se buscarmos a presença do nosso Senhor e o enchimento do Espírito Santo. Busquemos sintonizar nosso coração com o coração do nosso Deus, que foi, é e sempre será nossa medida mais precisa de generosidade.
“Ora, aquele que dá semente ao que semeia e pão para alimento também suprirá e aumentará a vossa sementeira e multiplicará os frutos da vossa justiça, enriquecendo-vos, em tudo, para toda generosidade, a qual faz que, por nosso intermédio, sejam tributadas graças a Deus. Porque o serviço desta assistência não só supre a necessidade dos santos, mas também redunda em muitas graças a Deus,” (2 Coríntios 9:10-12)

Pr. Luis Fernando Nacif | prluis@oitavaigreja.com.br