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Estudos e artigos

Ore para não cair em tentação!

Em Lucas (22.40,46), assim como em Mateus (26.XX) e Marcos (14.XX), Jesus usa uma palavra que pode tanto significar “tentação” quanto “provação”, ao encorajar seus discípulos a orar. É possível que ambas idéias estivessem na mente de Cristo e que a oração seja uma eficaz solução para as mesmas.
A tentação tem origem interna, vem do próprio coração, e revela as inclinações da alma e vulnerabilidades pessoais. Tiago (1.13-15) afirma que somos tentados por nossos próprios desejos. Ainda que haja um elemento externo, como o mundo ou o Diabo, a batalha é travada no íntimo, no ceder ou resistir, no aceitar ou recusar, no desistir ou perseverar. O alvo da tentação é sempre nos fazer capitular diante do mal e nos afastar do Criador.
Já a provação tem origem externa, vem do próprio Deus, e revela quão maduro somos, quão firme estamos, qual preço estamos dispostos a pagar. Tiago (1.2-4) nos exorta a nos alegrarmos nas provações, pois resultam no crescimento pessoal. Porém, de igual forma, o palco da batalha é o próprio coração, pois ainda que Deus use o contexto, as circunstâncias, pessoas ou mesmo permita uma ação do Maligno, como no caso de Jó, é no recôndito da alma que escolhemos enfrentar as crises ou nos vitimizar, recomeçar ou parar no tempo, amar ou odiar, perdoar ou ressentir, nos contentar em Deus ou adoecer as emoções. Mas o alvo da provação é sempre nos fazer crescer e nos aproximar do Criador.
Tanto a tentação quanto a provação, são testes que revelam quem somos e como está a nossa fé. Oremos, portanto, para sermos aprovados em ambos os testes e sermos encontrados fiéis.
Ore por espiritualidade profunda, pois religiosidade superficial não aprova ninguém no vestibular cristão. Escolha, como Maria, estar aos pés do Mestre, dedicar tempo a Ele e à sua Palavra. Avalie onde você tem investido seu tempo e dinheiro e saberá quais tem sido suas prioridades. Decida priorizar o reino e a sua justiça, para desfrutar do melhor do Senhor.
Ore por discernimento do Alto, pois intuição humana não é suficiente para distinguir tentação de provação. Se estiver sendo tentado, resista ao Diabo (Tg 4.7) ou fuja da aparência do mal (1 Ts 5.22), mas compreenda quais são suas vulnerabilidades, pecados ocultos, desejos subjacentes, más inclinações do coração, e trate-os com seriedade diante de Deus. Se estiver sendo provado, percorra o caminho traçado por Deus, entenda o que Ele deseja te ensinar, cresça com o processo e desenvolva resiliência, a capacidade de enfrentar e processar o sofrimento sem perder a alegria da vida.
Ore por fortalecimento da fé, pois a cultura e sociedade da nossa época, talvez como nunca antes, tem sistematicamente procurado minar nossas convicções, desconstruindo absolutos e relativizando valores. O resultado é a vulnerabilidade diante das tentações, nos tornando prezas fáceis àquele que ruge ao nosso redor, procurando a quem tragar.
Ore por amadurecimento pessoal, pois são exatamente as áreas imaturas da sua personalidade que serão mais alvejadas pelo mal para te levar à queda ou, talvez pior, ao marasmo da fé. O orgulho, que gera auto-sufiência, que gera autojustiça, que gera soberba e resulta em processos de mágoa, ressentimentos, ar de superioridade, pessoas de difícil relacionamento. A incredulidade, que gera asceticismo em alguns mas também insegurança em outros, medo excessivo, processos de angústia ou ansiedade, resultando em pessoas fragilizadas e adoecidas. A idolatria, que gera deuses substitutivos, que gera inversão de valores, que gera inversão de prioridades, resultando em pessoas que buscam o mundo e a si mesmas mais que a Deus e ao seu reino.
Então ore! Ore para não cair em tentação e ser protegido do mal.

Pr. Cácio Silva   |   caciosilva@caciosilva.com.br