Menu

Conferência Missionária

Missões: desafios e oportunidades

Existe um fenômeno na Bíblia e na história da Igreja que muitas vezes passa desapercebido: missões, quase sempre, acontecem com maior ímpeto na encruzilhada entre os desafios e as oportunidades.

Foi assim, por exemplo, nos relatos do Livro de Atos. Quando a Bíblia fala da morte de Estêvão e da perseguição lançada por Saulo (futuro apóstolo Paulo) contra a igreja (Atos 7 e 8), encontramos a terrível realidade do sofrimento aliada à expansão majestosa da Igreja. Todos os que fugiam da perseguição espalhavam a palavra de Deus, e a igreja se multiplicava por toda a região.

Quando o então convertido Paulo foi preso em Jerusalém e enviado para Roma (Atos 20 em diante), seu desafio gerou a oportunidade tremenda de pregar o Evangelho para toda a guarda imperial e a casa de César.

Tal princípio bíblico tem sido comprovado em toda a história da igreja. Os grandes avivamentos são a prova dele. Todos eles – o Movimento Monástico inicial (séculos III-V), o Movimento Monástico posterior (séculos XI-XIII), a Pré-Reforma (século XV), a Reforma Protestante (século XVI), os movimentos Puritano, Pietista, Metodista, Moraviano, o Movimento Missionário Moderno, os dois grandes avivamentos americanos, o avivamento coreano do início do século 20, e alguns outros movimentos mais contemporâneos só confirmam essa tese.

Em nossos dias, estamos vendo esse mesmo fenômeno no maravilhoso crescimento da igreja no Curdistão, Nepal, Egito, Argélia, Indonésia, Índia, China, Vietnam, entre outros países. Quanto maior o desafio, maiores são as oportunidades para expansão do evangelho.

Quando pensamos em nossas próprias vidas, não é verdade que sempre tem sido assim? Diante dos grandes obstáculos e dificuldades, não é verdade que oramos mais, lemos mais a Bíblia, levantamos mais as mãos santas para o céu, e somos mais agradecidos a Deus? Quando não temos a quem apelar, sempre teremos Deus a nos ouvir.

Isso tudo tem sérias implicações no que fazemos como indivíduos e igrejas. Em geral, as pessoas passando por grandes tensões e desafios e os locais de maiores crises são os mais abertos para ouvir e crer no Evangelho. Foi assim conosco, e é assim com elas.

Neste domingo da Conferência Missionária, considere este pensamento: Quem são os amigos que tenho que mais precisam de uma palavra amiga por estarem passando por grandes desafios? Essas pessoas são o seu primeiro campo missionário, preparados para a colheita gerada pelos seus atos individuais de amor e carinho.

Pense, também, em quais são as áreas do mundo mais conflituosas no momento, ao, quem sabe, considerar um envolvimento ou investimento missionário. Esses lugares de desespero são o campo fértil para a ação do Consolador, o Espírito Santo, trazendo restauração, vida e esperança.

Missões acontecem na encruzilhada do desafio com a oportunidade.

Pastor Elias Dantas