Pergunte a maioria dos pais quem eles salvariam de um prédio em chamas, e a probabilidade é de que muitos diriam seus filhos.

Da mesma forma, muitos argumentam que em uma vida acelerada, as necessidades de seus cônjuges podem esperar, enquanto as necessidades de seus filhos não podem.

A centralização das crianças para assegurar-lhes a sua sobrevivência e o seu desenvolvimento pleno é chamada de parentalidade. A palavra “parentalidade” é uma derivação do termo original em inglês “parenting”.

É preciso discutir os prós e os contras de centralizar as crianças. O que é melhor para elas? Estamos protegendo-as o suficiente? Estamos cerceando-as, impedindo que cresçam? Somos solidários? Estamos sufocando?

Mas o que é melhor para os pais? Minha mãe acreditava que o casamento e não os filhos era a base de uma família. Ela nunca verbalizou essa crença, mas a praticava. Um exemplo clássico era nas refeições. Quando ela preparava um frango, o peito e as coxas eram reservadas para o meu pai e as demais partes do frango para os filhos. Se isso quebra, o resto todo se desmorona.

O pedocentrimo é prejudicial às crianças e danoso ao casamento. Colocar os filhos no centro da relação é desviar o foco da própria relação. Erroneamente, alguns pais nutrem o mito de que: Quanto mais atenção damos aos nossos filhos, melhores se tornarão. Onde estão os resultados? Estudos mostram que os pais modernos passam mais tempo com os filhos que no passado, entretanto, eles não parecem mais felizes, independentes ou bem-sucedidos. Eles parecem mais perturbados, ansiosos e carentes.

Para criar filhos saudáveis, basta priorizar o seu casamento e os filhos em segundo lugar. Para muitos casais modernos, as crianças são a prioridade número um e o casamento é a prioridade número 10 – e poucos de nós passamos das três prioridades principais na nossa lista diária de tarefas pendentes.

Nossos casamentos são importantes, mas não urgentes. Por isso, negligenciamos alimentar e rega-los, então morrem tão devagar e silenciosamente que nem percebemos nosso erro até que seja tarde demais. Mas não só perdemos nossos casamentos, tornando-nos um exemplo negativo para os futuros casamentos de nossos filhos, como também criamos famílias altamente ansiosas, onde nossos filhos absorvem essa ansiedade e, em seguida, transmitem para fora.

Mas o que fazer? Não podemos negar que as crianças são mais carentes e exigentes do que cônjuges, e as necessidades se multiplicam à medida que o mundo se move mais rápido. Cuidar de seu filho é uma obrigação imediata e concreta, medida em fraldas e refeições preparadas, trabalhos de casa, consultas, exames e medicação. Cultivar um casamento não é nenhuma dessas coisas. E, às vezes, nós não temos o tempo ou energia para ambos.

Algumas sugestões:

1. RECONECTAR. No final do dia, é importante que você se reconecte ao seu cônjuge – sem filhos. Priorize-o dandolhe atenção. Desligue a TV e converse de verdade, ainda que alguns minutos. Fale sobre o seu dia, filhos ou planos futuros. Conversem a respeito do dia de cada um. Se as crianças estiverem agitadas, interaja com elas, mas volte a dar atenção ao seu cônjuge.

2. CRIANÇAS FORA DO QUARTO. A criança pequena ainda não tem a sua individualidade amadurecida. Quando acorda no meio da madrugada, ela se sente sozinha, desamparada, e ficará tranquila quando estiver próxima dos pais. Entretanto, eles não devem colocar a criança entre eles na cama do casal. A criança precisa vivenciar que seus pais estarão sempre dispostos a protegê-la, mas que cada um tem o seu espaço na constituição familiar.

3. FAÇA COM QUE SE SINTAM BEM. Aprenda e faça o que faz o seu cônjuge sentir-se amado. Poderia ser um elogio, um presente, uma massagem nos pés ou a limpeza da casa. Suas ações falam mais alto que as palavras e ajudarão a exemplificar que você sabe e compreende o que é importante para ele.

4. OREM JUNTOS. Casais que buscam a face de Deus juntos têm maior probabilidade de se ajustarem e se fortalecerem do que aqueles que não o fazem. Orem um pelo outro e pelos filhos. Quem é a sua prioridade – seu cônjuge ou seus filhos?

Pr. Roberto T. Santos

Pastor do Ministério de Família