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Estudos e artigos

Jesus, viva esperança que de as orações são respondidas

Oração, para uns, é uma coisa; para outros, outra. Uns clamam de joelhos, outros batem no peito. Mistura-se em nosso inconsciente coletivo brasileiro em algo como repetição, ritual de magia, mantra ou palavras mágicas que podem alterar o natural. Fazer o sobrenatural vir a este mundo e nos sagrar de bênçãos, de dádivas, saciar nossos desejos e até mesmo dar poder para realizarmos grandes feitos.

Orações são palavras direcionadas ao divino, ao transcendente, ao além. O ato de orar é encontrado em muitas religiões, das mais próximas ao cristianismo ou nas mais antagônicas, místicas, até nas formas de culto que, para os cristãos, seriam diferentes demais, como as religiões animistas que buscam em seres da natureza as respostas para as soluções da vida.

Nas Escrituras, temos essa expressão de culto, a oração, como algo de mais sublime e puro quanto à prática religiosa e quanto ao homem e sua relação com Deus.

O homem ora e Deus ouve.

A questão é que não sabemos orar como convém, dizer a Deus o que se deve, nos relacionar como se precisa e ter nessa relação o temor devido e, assim, pedir o que é digno de fato.

Orar é uma prática que Deus concede ao homem por graça – graça que passa pela Cruz.

Nossas orações são atendidas por causa de Jesus, seu sangue, seu intermédio e sacerdócio e sua bondade sobre nós. No véu rasgado, o som que antes parava no pano da morte que nos separava de Deus, agora propaga e chega ao trono da graça. Nisso está a possibilidade infinita de vermos nossos desejos saciados nEle.

Aí está o problema: nossos desejos. Desejos de um coração em processo de desapego, mudança de natureza, visão de vida.

Não podemos ter, na prática da oração, uma relação com Deus como quem vai a um gênio da lâmpada, mas ir como as Escrituras nos ensinam: buscar um Pai que sabe o que é melhor para seus filhos. Orar é ir a Deus e poder perceber que Ele nos aproxima de seus ouvidos.

“Se pedirmos o que quisermos em nome dEle será feito”, desde que o que quisermos que seja feito passe pelo crivo do amor e de seus mandamentos.

É comum se dizer que todas as orações são respondidas, mesmo que em negativas. De fato, Deus não nos deixa no silêncio da espera. Ele nos responde, ensina e mostra que não é o desejo do coração que deve ser satisfeito, antes, o nosso coração deve ser satisfeito nEle para que todo desejo esteja ligado em um objetivo maior que nossos caprichos.

Chegar ao ponto de poder dizer a Deus como Jesus disse, “bem sei que me ouves”, é ter, antes de tudo, nossa vida em perfeita sintonia com Deus Pai e, quando estivermos assim, talvez nossa oração será apenas um “muito obrigado” dito ao longo de horas sob os joelhos.

Pastor Bruno Barroso | prbruno@oitavaigreja.com.br