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Há várias coisas que fazem parte do imaginário humano, desde a infância. Quem nunca sonhou em voar como o Super-Homem? Quem nunca se imaginou escalando paredes como o Homem-Aranha? Quem nunca se pegou imaginando ter a capacidade de ler pensamentos? Por essas e outras, os super-heróis fazem tanto sucesso.

Entretanto, é interessante perceber que ao analisarmos os milagres de Jesus, nossa reação costuma ser diferente. Por ter sido Ele uma pessoa real na história, e por entendermos que os relatos dos Evangelhos são fidedignos, nos deparamos com uma situação que deixaria qualquer um com o queixo caído (como na verdade aconteceu com os discípulos diversas vezes).

No relato em que Jesus vai ao encontro dos discípulos andando sobre as águas (João 6:16-21; Mateus 14:22-33), Ele vai além do imaginário dos quadrinhos infanto-juvenis. Ele não só se coloca acima das leis que regem a natureza, mas a própria natureza se curva à sua presença, como criança insegura que se acalma ao lado do pai.

Inúmeros ensinamentos podemos derivar deste episódio, mas vou destacar alguns que espero edificarem sua vida:

Mesmo quando obedecemos ao Senhor, estamos sujeitos a grandes tempestades.

O próprio Jesus falara aos discípulos para (sem Ele) entrarem no barco e atravessarem o Mar da Galileia (na verdade, um imenso lago). Quando a tempestade começou a ameaçar a integridade do barco e a vida de seus ocupantes, não deve ter demorado para que alguém levantasse a questão: “Mas, de quem foi essa ideia de navegarmos a noite, num tempo desses?” Foi do próprio Jesus! Obedecer à direção de Deus nunca foi garantia para apenas ventos favoráveis na vida de ninguém. Nem dos discípulos naqueles dias, nem em nossas vidas hoje. Precisamos entender que, não importa o que nos aconteça, se estamos caminhando firmes naquilo que recebemos de Deus, podemos até nos achar em meio a tempestades muito mais fortes que nós, mas Jesus sempre estará no controle, ainda que achemos que Ele não está por perto.

Jesus é soberano acima de toda e qualquer situação que nos aflige.

Quem somos nós diante de uma tempestade num pequeno barco à vela? Até experimentados pescadores temem por sua vida numa situação assim. E o que o filho de um carpinteiro, lá da praia, pode fazer para ajudar? Tudo, se este filho de carpinteiro é Jesus de Nazaré, o Cristo, o Filho de Deus, Criador de todas as coisas e, por isto, soberano sobre todas as coisas. Se for da vontade dEle, água viva cimento, tempestade e trevas viram dia ensolarado. Basta apenas uma coisa: Sua presença em nosso meio. Muitos já disseram: Jesus não nos livra “da”, mas “na” tempestade. Mesmo que achemos que a tempestade esteja demorando demais, confie nEle, pois Ele tem um propósito para tudo o que acontece. A vida do crente em Jesus nunca é rifada, entregue à sorte ou ao acaso.

Ainda que fracassamos, a presença de Jesus nos garante plena restauração.

Pedro, o sempre mais ousado dos Doze, pede para ir ao encontro de Jesus, também sobre as águas. Ao olhar para o vento, tem medo e começa a afundar. Todos temos um “Pedro” dentro do coração, não? Nós nos fazemos fortes em meio às tempestades e resolvemos enfrentar a situação, confiando na Palavra de Jesus, mas, ao primeiro sinal contrário, nos afundamos em nossa insegurança e incredulidade. Mas Jesus, “o autor e consumador da Fé”, está perto o suficiente para estender a mão e nos resgatar.

O ponto central que quero destacar nessa história não é a tempestade, o andar sobre as águas, nem o acalmar da tempestade, mas a diferença que a presença poderosa de Jesus faz sobre nossas vidas. Desconheço uma vida sem lutas, seja para o mais dedicado dos discípulos de Jesus, seja para o mais perverso dos bandidos. A grande diferença que transforma nossa vida é esta presença bendita do Soberano do Universo: Jesus Cristo, nosso Senhor. Nele, a gente pode confiar.