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Estudos e artigos

JESUS – A esperança que supera o sofrimento

Falar de sofrimento nos dias atuais é tocar em um assunto que as pessoas não querem ouvir, pois o conforto e a comodidade são vistos como direitos humanos essenciais. Em seu livro “Chamados para a dor e a alegria”, Ajith Fernando, nos fala que a mensagem bíblica sobre a essencialidade da cruz tem se transformado em algo culturalmente incompatível com o modo de pensar de muitas pessoas nos dias de hoje.

Vivemos o momento em que as pessoas estão à busca da satisfação plena, o homem do século vinte e um não quer saber de sacrifício e muito menos de sofrimento. Porém, a Bíblia trata o sofrimento como um aspecto essencial da vida cristã, mas ao tratar do sofrimento na vida cristã, a Palavra de Deus não o conecta com momentos sombrios de dor, de aflição sem um propósito. Ela sempre associa a dor e o sofrimento a um aspecto positivo. Então devemos ver o sofrimento como algo que deve ser aceito, pois o próprio Senhor Jesus Cristo nos alertou que não ia nos tirar do mundo para que não sofrêssemos, mas para que tivéssemos bom ânimo, pois Ele mesmo passou por aflições e suportou o sofrimento maior, que foi a cruz. Não devemos procurar o sofrimento, mas quando ele aparecer devemos olhá-lo através dos olhos da fé.

Pedro utiliza em sua primeira carta no capítulo 1.7 uma ilustração para mostrar quão valiosa é, como fonte de alegria, a fé que já foi devidamente provada. Ele diz que a fé é muito mais preciosa do que o ouro que perece e é provado pelo fogo. Nos tempos bíblicos o ouro era moldado numa variedade de objetos práticos, além de decorativos, era o metal mais valorizado, servindo também de padrão para todas transações financeiras. Desta forma, Pedro escolheu um metal que seus leitores reconheceriam imediatamente como o mais valioso, e afirma que mesmo que o ouro fosse trabalhado pelo fogo até atingir o mais alto grau de pureza, ainda assim não seria tão precioso quanto a fé que é provada. Assim, Pedro nos encoraja ao dizer que o sofrimento das lutas e provações da nossa vida irá gerar em nós a esperança. A origem da esperança citada por Pedro, não é fruto da imaginação ou dos esforços dos homens: é o dom gratuito que Deus nos concedeu pela ressurreição de Jesus Cristo, e é essa esperança viva, a ressurreição de Cristo, que possibilita aos crentes a lutar com alegria, mesmo passando por aflições e provações (IPe 1.3-6).

Desta forma, essa esperança viva faz com que o sofrimento que vivenciamos produza em nós fé e perseverança, nos aproxima mais do Senhor Jesus e da dependência da sua graça, nos faz ser empáticos com a dor do outro, nos torna mais resilientes, nos torna experientes na fé, nos faz consoladores, e nos coloca de joelhos em busca do socorro do céu. Portanto, o sofrimento nunca deve ser isolado da alegria, pois bênçãos sempre o acompanharão.

 

Denilson Cardoso Maia
Presbítero da Oitava Igreja