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“Eu sou a videira, vós, os ramos. Quem permanece em mim, e eu, nele, esse dá muito fruto; porque sem mim nada podeis fazer.” (João 15.5)

Não foram poucas as vezes que Jesus usou de figuras agrícolas para ilustrar seus ensinamentos. Plantas, sementes, agricultores e semeadores eram objetos e personagens comuns de suas parábolas. Seus ouvintes facilmente identificavam o significado e as lições, pois tinham prática com a vida rural (é certo que, dependendo do ensino, precisavam de certa ajuda do Mestre).
No texto da videira de João 15:1-8, entretanto, a relação que os judeus fazem com a figura vai muito além do costume de se cultivar uvas e produzir vinho. A videira era um símbolo para Israel: “Ó Deus dos Exércitos, volta-te, nós te rogamos, olha do céu, e vê, e visita esta vinha; protege o que a tua mão direita plantou.” (Salmo 80.14-15). Mas, também, os profetas usam como símbolo do julgamento de Deus sobre a nação a figura do agricultor que trata de sua videira que não quer produzir frutos (Isaías 5:1-7; veja também, Oséias 9:10; 10:1).
Jesus, ao se declarar a Videira Verdadeira (João 15:1), tendo o pai como agricultor, está “zerando o placar” de Israel. A nação falhara em caminhar como povo escolhido, segundo prescrito na Lei, e Jesus, homem perfeito, estava restaurando a videira, não desprezando a videira anterior, mas estabelecendo a videira a partir de sua própria vida. Jesus nasceu como um judeu, um ramo da videira, mas ele agora estava invertendo o processo de ramificação. Dali em diante, ele era a videira, e o Israel espiritual cresceria como seus ramos.
Voltando à analogia agrícola, o ramo só é ramo porque está intimamente conectado ao tronco da planta. É dele que o ramo recebe os devidos nutrientes para a vida. Aquele que perde essa conexão pode aparentemente fazer parte da videira, mas, seco e sem vida, precisa ser removido e lançado fora, para que a videira permaneça com saúde. Da mesma forma, uma característica de um ramo conectado à videira é que ele “dá muito fruto” (v. 5). Os nutrientes que ele recebe não são apenas para deixá-lo bonito e com boa folhagem. Ramo de videira só serve se dá fruto, e este é seu objetivo principal.
O cristão só pode ser assim chamado se está em Cristo. Não existe cristão nominal. Se é apenas nominal, não é cristão. Está fora da videira, e ao fim será queimado, pois morto está. O cristão dá fruto que gera vida em si mesmo e para os que estão à sua volta. Sem Jesus, não podemos fazer nada, a não ser obras mortas que não duram meia geração. Em Cristo, produzimos para a eternidade. Em Cristo, o ódio se torna amor, a violência se torna ajuda, a agressão se torna respeito. Em Jesus, o desonesto fica honesto, o mentiroso vive a verdade, o preguiçoso passa a trabalhar e o avarento passa a doar. Em Jesus, a morte vira ressurreição, e a vida se torna Vida Eterna.
Jesus é a videira verdadeira. Não há vida sem ele. Não há frutos sem ele. Não há relacionamento com o Agricultor fora dele.
“Nisto é glorificado meu Pai, em que deis muito fruto; e assim vos tornareis meus discípulos.” João 15:8

Pr. Luis Fernando Nacif | prluis@oitavaigreja.com.br