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Nosso relacionamento com Deus, para ser íntimo, intenso e profundo, precisa ser de todo coração: “…Amarás, pois, ao Senhor teu Deus de todo o vosso coração…” (Mateus 22.37a).

O coração, na teologia bíblica do Antigo e Novo Testamentos, é o centro de nossas emoções, nossa vontade, nossos desejos, nossa vida interior. Ninguém vê o nosso coração. As atividades que praticamos na adoração, como cantar, bater palmas, levantar as mãos, ajoelhar, fechar os olhos, podem ser apenas atos litúrgicos, gestos cultuais que aprendemos ou copiamos dos outros.

O estudo bíblico, o ensino, o ministério, as diferentes ações a favor do próximo, da igreja, realizações missionárias e tantas outras boas atividades eclesiásticas podem ser apenas agitação humana, sem valor espiritual algum. Grandes ações em nome de Deus, zelo doutrinário, vigilância ética e moral, palavras e programas motivadores podem apenas significar um desejo de ser maior diante de nós mesmos ou dos homens, de agradar nossas consciências ou nos sentirmos especiais, ortodoxos, “santos” etc. Mas no fundo, no fundo, não significa real amor a Deus de todo coração.

O que tem real valor para o Senhor Jesus Cristo é o que acontece dentro do coração, e só o Espírito Santo o conhece de fato. Amar a Deus de todo coração nos leva a viver uma vida completamente diferente. Nosso coração é um altar. Quando amamos a Deus de todo coração, nos humilhamos em oração, para que o Espírito Santo revele nossas verdadeiras motivações. Quando amamos a Deus de todo coração, procuramos consertar tudo aquilo que foi realizado sem o amor a Deus e aos irmãos. Pois, afinal, queremos alegrar ao nosso bendito e amado Salvador!

“Agrada-te do Senhor e ele satisfará os desejos do teu coração.” (Salmo 37.4).

O texto nos ensina que o nosso coração precisa sentir como o coração do Senhor sente. Quando isso ocorrer, Deus realizará os desejos que estão em Seu coração a nosso favor. Deus ungiu Davi como rei, porque Deus viu o seu coração. “Sobretudo o que se deve guardar, guarda o teu coração, porque dele procedem as fontes da vida”, escreveu o sábio Salomão em Provérbios 4.23. O apóstolo Paulo também afirmou: “Cantem salmos, hinos e cânticos espirituais com gratidão a Deus em vossos corações.”. (Colossenses 3.16c). O Senhor Deus certa dissera certa vez ao profeta Jeremias: “Buscar-me-eis e me achareis, quando me buscardes de todo o vosso coração, serei achado de vós e mudarei a vossa sorte.”. (Jeremias 29.13,14a). Ao profeta Isaías Ele dissera: “Porque assim diz o Alto, o Sublime que habita a eternidade, o qual tem o nome de Santo: Habito no alto e santo lugar, mas habito também com o contrito e abatido de espírito, para vivificar o espírito dos abatidos e vivificar o coração dos contritos.” (Isaías 57.15).

Deus deseja ser amado de todo o coração. Quando isso acontecer com cada um de nós, teremos, de fato, uma vida vivificada. Vamos pedir ao Senhor que nos conceda um coração que seja de fato um altar. Para o louvor do Seu nome.

Jeremias Pereira da Silva (Pastor titular)

Texto publicado originalmente na edição de 17/02/2002 do Boletim Informativo da Oitava Igreja (Ano XXXIII, Nº 1.674.). Reimpresso com as devidas correções e adaptações para a presente edição. Texto bíblico: Mateus 22.37,38 – A Bíblia Viva (Ed. Mundo Cristão, São Paulo, 9ª. Edição, 1996).