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Estudos e artigos

Alcançando os que perseguem – O encontro de Jesus com Saulo

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Existem diversos temas na Bíblia que são bem fáceis de ser entendidos e aceitos como verdade, mas colocar esses princípios e leis em prática é outro assunto. Perdoar? Fácil de entender, nem sempre fácil de praticar. Amar o inimigo? Fácil de entender, nem sempre fácil de praticar. E a lista continua.

Ter dificuldade de praticar não significa que eu posso escolher se vou ou não obedecer. Não tenho escolha. Tenho que cumprir todos os mandamentos, mesmo que isso signifique uma mudança grande nas minhas ações e reações.

Alcançar os que nos perseguem tem a ver com uma série de outros assuntos. Como alcançar alguém que ainda não perdoei? Como alcançar alguém que eu não amo? Como ter o coração curado para conversar com meus perseguidores?

Certamente Jesus nos colocou nessas situações e estabeleceu esses mandamentos e princípios porque Ele deseja trabalhar em todas as áreas de nossa vida. Se fizermos isso, estaremos colocando Deus no lugar de Deus e as outras coisas no seu devido lugar. Não escolho o que posso e não posso fazer e cumprir. Cumpro e obedeço tudo aquilo que Deus determinou para mim. Isso mesmo: Ele determina e não eu. Eu obedeço. Eu sou o servo, Ele, o Senhor.

Quando abrimos nosso coração para perdoar e para amar o próximo, mesmo que ele tenha me ferido e perseguido injustamente, abrimos portas para que pessoas fantásticas conheçam a Cristo e sejam transformadas por Ele.

Saulo era um perseguidor da igreja. Não um perseguidor qualquer. Ele era considerado o maior perseguidor dos cristãos. Sua ira atingia homens, mulheres e crianças. Por trás de toda a perseguição, Jesus via um coração que, se fosse transformado, seria muito útil ao Reino. No caminho para Damasco, nosso Mestre se encontra com Saulo de Tarso. Primeiro, ele fica cego, mas depois algo como que escamas caem de seus olhos e ele enxerga toda a verdade (At 9).

Me lembro da primeira vez que li esse texto. Eu era recém-convertido e não conhecia nada da Bíblia. Comecei a ler e quando cheguei nesse ponto percebi que o que ocorreu comigo foi muito parecido com a história de Saulo. Eu estava cego e meus olhos se abriram de forma que eu não conseguia entender como eu não via a verdade antes. Estava bem diante de mim, mas eu não enxergava. Vivia no engano de uma falsa doutrina. Cego. Quando meus olhos se abriram, imediatamente abracei o Evangelho, assim como Saulo fez. Nós estávamos enganados e cegos e, se não fosse o amor de Deus agindo em nós, continuaríamos cegos.

Quando falamos que devemos amar quem nos persegue, temos que ter em mente o que Deus pode fazer na vida de cada pessoa, quem ela pode se tornar. Mas, como eu disse, na teoria as coisas são bem fáceis, mas, na prática, não tão fáceis assim. Como, então, sair da teoria e caminhar de acordo com a vontade de Jesus?

Gálatas 5.22 fala sobre o fruto do Espírito: paz, amor, alegria, bondade, benignidade, paciência, fidelidade, mansidão e domínio próprio. Amar quem me persegue é exercitar e colocar em prática o fruto do amor. Por isso, preciso alimentar meu coração com aquilo que Deus deseja que eu o alimente. Preciso viver uma vida de obediência aos mandamentos do meu Senhor e Rei para que os frutos sejam uma consequência dessa vida. Frutificar é isso. Eu dou alimento, água e luz e os frutos naturalmente vão aparecer.

Ficam aqui algumas dicas. Obedeça, mesmo que isso seja difícil no início. Como sabemos que essa é a vontade de Deus para cada um de nós, vale a pena passar por cima de nossos valores e preconceitos. Em segundo lugar, ore para que Deus coloque amor no seu coração, amor que vai fazer você enxergar além das atitudes, além das acusações, além das mentiras, além das injúrias e além das perseguições. Aprenda a perdoar. A falta de perdão faz mal a quem não perdoa. Não exija perfeição das pessoas. Se você não é perfeito, como exigir perfeição do próximo? Ame apesar das falhas e defeitos. Ame acima de todas as coisas. Ame ao próximo como você ama a si mesmo.

Certa feita ouvi um pregador dizendo que, quando chegarmos ao céu, teremos três surpresas: a primeira é que pessoas que nós pensávamos que de forma alguma estariam lá, estarão lá. A segunda surpresa é que pessoas que tínhamos certeza que estariam lá, não estarão. A terceira surpresa é que nós estaremos lá. Quando amamos quem nos persegue, fazemos aquilo que Deus deseja que façamos e esse é um sinal bem claro da ação do Espírito Santo em nós.

Pr Eduardo Borges | preduardo@oitavaigreja.com.br