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Abrindo mão da própria vida

Ao contrário do que, muitas vezes, é pensado, a taxa de suicídios no mundo é alta e tem crescido ainda mais nos últimos anos. Qual é o papel da igreja diante disso?

Suicídio. O assunto é forte e direto. Uma decisão, um ato que passa despercebido – ou não. Pode ser anunciado, ameaçado ou inesperado. Causa espanto. Causa remorso. “Se eu soubesse que iria acontecer, teria evitado”. Gera preconceito. Famílias são olhadas de lado, até mesmo a dor passa a ser ignorada. Começam a culpar a própria pessoa. Mais comum do que se espera.

De acordo com dados apresentados em uma reunião da Comissão de Assuntos Sociais do Senado Federal em maio deste ano, a cada 45 minutos, uma pessoa comete suicídio no Brasil. Em todo o mundo, no mesmo período, 199 pessoas atentam contra a própria vida. Os números alarmantes não são, normalmente, divulgados pela imprensa.

Mas desde o início deste ano, o tema tem sido tratado pelos veículos de comunicação, às vezes, de maneira errônea. Dois motivos justificam o fato: o jogo “Baleia Azul” (que teve início após a divulgação de uma fake news – notícia falsa – na Rússia) e a série americana “13 reasons why” (Os treze porquês).

Não cabe, aqui, falar os passos do jogo que faz apologia ao suicídio ou da série que dá detalhes de uma adolescente que tira a própria vida. As situações foram taxadas como incentivadoras do ato, com certa razão. A sociedade, ainda que com suas particularidades e filtros, ainda absorve muito do que a mídia diz. A mais antiga das teorias da comunicação diria que uma agulha injeta um conteúdo e a massa aceita.

Hoje, não vivemos essa realidade, mas o uso crescente e precoce da internet entre jovens e adolescentes pode contribuir para o acesso a essas informações que, antes, não eram tão conhecidas. Isso não justifica. O suicídio sempre existiu e, talvez, esse assunto vir à tona neste momento seja importante para fomentar o debate acerca da valorização da vida.

É necessário entender os motivos que levam uma pessoa a findar sua vida para evitá-los e prevenir os casos de tentativa. Trazer o assunto para dentro da igreja, onde muito se ignora o tema, ou trata apenas no “crentês”: suicídio é pecado. Sim, um ato grave que desagrada a Deus, mas que precisa ser explicado. Cientes disso, crentes podem agir como intercessores, em constante oração pela causa; como conselheiros e amigos, apoiando um conhecido ou parente que já tenha pensado sobre o caso, falando do amor de Deus, sendo canal de esperança para vidas perdidas ou vazias.

E se existe um assunto que deve estar fixo na pauta da sociedade é a valorização da vida. O dom gratuito que veio como presente de Deus, que alguns recusam, outros a desperdiçam com o que não é primordial. Tudo é vaidade. O famoso jargão “Ei, Jesus ama você”, precisa ser dito com verdade e não como um mero clichê.

Foi isso que o Pastor Eduardo Borges, da Oitava Jovem, fez durante o Congresso Nacional Andando de Branco deste ano. Após sonhar, dias antes, que um jovem iria ao evento para cometer suicídio e ser surpreendido com membros da liderança que também tiveram o mesmo sonho, o Pr. clamou a Deus por misericórdia, pedindo ao Pai que guardasse aqueles jovens.

Ao final do ADB, ele fez um apelo à frente e pediu que se houvesse ali um jovem que estava com planos de tirar a própria vida, que não fizesse isso. O jovem se manifestou. Em particular, procurou Pr. Eduardo para se aconselhar. Desistiu, pela graça de Deus, de atentar contra sua vida. Hoje, o jovem é acompanhado por seu pastor em sua cidade.

O que fez a diferença nesse caso? Qual o papel do Cristão diante desse fato? Falar do sangue de Jesus derramado na cruz, o alto preço pago e o valor da vida para Deus. Sobre como não se deve desistir, mesmo quando tudo vai “de mal a pior”. Que em Deus temos descanso e novo fôlego. Que em Cristo a vida vale a pena. E que novos caminhos podem ser traçados. Que se busque apoio médico, se preciso. E que não abra mão da sua própria vida.

 

O Setembro Amarelo é um movimento mundial realizado no mês que leva o nome da ação com o intuito de lembrar que “falar é a melhor solução”, conscientizando a população sobre o assunto. Ele foi criado pelo CVV, o Centro de Valorização da Vida, uma organização que trabalha na prevenção do suicídio. Hoje, as ligações para a central de atendimento do grupo são gratuitas, 24h por dia, sempre com alguém para conversar com você: 141 é o número.

A Oitava também trabalha para divulgar o valor da vida e o preço que Jesus pagou por ela na cruz. Além das programações abertas ao público, todos os pastores da igreja realizam atendimentos para a comunidade, como um aconselhamento.

Se você tem passado por dias difíceis e já pensou em desistir, entre em contato e agende um atendimento pastoral: 3449-8600.