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Todos os dias, cinco vezes ao dia, eu ouço de dentro de minha casa ou na rua os alto-falantes das mesquitas convocando o povo a orar. Todos os dias, cinco vezes ao dia, mais de 220 milhões de muçulmanos no país se curvam e recitam uma oração para Alá, oração que foi dada pelo profeta deles, Maomé. Todos dias, cinco vezes ao dia, eles fazem isso voltados para uma pedra negra localizada na cidade de Meca (Arábia Saudita). Todos dias, cinco vezes ao dia, eles fazem isso como tantos outros ao redor do mundo para expressar sua solidariedade como seguidores do islamismo. Todos os dias eu penso: Como este povo tão devoto, porém perdido, poderá ser alcançado pelo Evangelho?

Assim também vive o povo Sunda, ao qual servimos. Com uma população de 37 milhões de pessoas (a segunda maior tribo do país), cerca de 99% deles são muçulmanos. Eles se orgulham em dizer que ser Sunda é ser muçulmano, é impossível separar as duas identidades. Alguns já ouviram o Evangelho e poucos creram (0,40% da população). Existem também aqueles que creram e depois voltaram atrás. Há também perseguição aos que pregam e aos que se convertem. São poucos os trabalhadores para alcançar um povo tão numeroso. Os desafios são muitos! Parece uma missão impossível ver este povo seguindo a Jesus.

Romanos 4.18 diz: “Abraão, contra toda esperança, em esperança creu, tornando-se assim pai de muitas nações, como foi dito a seu respeito: Assim será a sua descendência”. A situação de Abraão era além da esperança humana, antinatural, era impossível – “contra toda esperança”. Ele sabia de suas limitações físicas assim como as de sua esposa (v. 19). Ele não ignorou a realidade. Todavia, diante da circunstância adversa e da impossibilidade humana, ele pôs sua esperança em Deus – “em esperança creu”.

Deus não deseja que apenas saibamos que nada é impossível para Ele, mas Ele deseja que experimentemos esta verdade em nossa vida. O que nos motiva a orar pelo impossível é a esperança de que Suas promessas não falham (v. 20) e a certeza de que Deus é poderoso e maior do que nossas circunstâncias (v. 21). Por isso, diante das impossibilidades devemos orar com fé, perseverança e esperança.

Contra toda a esperança devemos orar tendo a certeza de que Ele nos ouve e tem poder para fazer o impossível acontecer. Contra toda esperança humana, em esperança nós temos crido e por isso estamos aqui e oramos pelo povo Sunda. Afinal, “o que é impossível para os homens é possível para Deus” (Lucas 18.27). Toda semana tenho visto pessoas decidindo seguir a Jesus e sendo batizadas. Essa semana encontrei dois pastores da tribo Sunda e um deles, um ex-perseguidor de cristãos, que hoje dedica a sua vida em alcançar muçulmanos. Isso enche o nosso coração de esperança para continuar orando pelo impossível.

E você, o que tem feito diante das situações impossíveis na sua vida? Que possamos experimentar a mesma esperança de Abraão e, assim, sermos encorajados a orar ao Deus dos impossíveis, ao Deus que tudo pode.

Rafael Barros

Missionário pela Oitava Igreja no Sudeste Asiático