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1 País Por 1 Ano | LÍBIA

Por Denilson Cardoso Maia  e Vera Maia | Conselho Missionário

“Fim do governo mais longo tanto na África quanto no mundo árabe.”
“Quatro décadas de ditadura na Líbia”
“Morte de Kadafi encerra capítulo longo e doloroso na Líbia.”
“Morte de Kadafi ‘é nova era’ para a Líbia, dizem líderes internacionais”
Essas foram algumas das manchetes que ouvimos e vimos no final do ano de 2011, após 8 meses e 8 dias de guerra civil na Líbia. Por 42 anos esse país foi governado pelo ditador Muammar al-Gaddafi, conhecido no ocidente como Kadafi. Gaddafi após o golpe de estado de 1º de setembro de 1969, instalou-se no poder. Após tomar o poder uma das primeiras providências de Gaddafi foi instaurar no país uma rigidez político-religiosa passando a seguir fielmente os preceitos islâmicos, retirando todas as comunidades judaicas do país. Durante a ditadura do governo de Gaddafi a Líbia teve uma censura e um controle da informação, juntamente com a ocultação das desigualdades no país, habilmente escondidas formando nos últimos anos, um poderoso freio para evitar o surgimento de sentimentos subversivos na população da Líbia. A maior parte dos recursos da Líbia era controlada pela família de Gaddafi. Conforme o Departamento de Estado, “A Líbia era uma cleptocracia em que o regime — tanto a família de Gaddafi, ou por seus aliados políticos — tinham uma participação direta em qualquer coisa que valesse a pena comprar, vender ou possuir.” De acordo com o Índice de Liberdade de Imprensa, a Líbia era o país com maior censura do norte da África. A Líbia foi suspensa do Conselho de Direitos Humanos da ONU por cometer violações aos direitos humanos no país, principalmente contra os opositores ao governo. Antes do conflito, estimava-se que 20,74% da população da Líbia estivesse desempregada, uma das maiores médias da região, e que um terço dela estivesse vivendo abaixo da linha da pobreza. Mais de 16% das famílias não tinham uma renda fixa de qualquer membro da família, enquanto 43,3% tinham apenas um membro da família recebendo algum tipo de salário. Apesar dos problemas sociais, o IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) do país ainda era bem alto, superior a de nações como a Arábia Saudita. Programas como saúde e educação eram gratuitos e custeados pelo Estado. Apesar do governo de Gaddafi oferecer um sistema médico gratuito, o serviço oferecido era bem ruim e se tornou, para a oposição, um símbolo da má administração financeira do Estado. A falta de instalações médicas e de profissionais da área forçava muitos líbios a buscar ajuda em países vizinhos como na Tunísia ou no Egito. Muitos governos estrangeiros e analistas alegavam que muitos negócios governamentais e da riqueza do país ficava nas mãos de Gaddafi, de sua família ou de membros da cúpula do seu regime. O cenário vivido pelo povo líbio vem corroborar o que a Bíblia cita no livro de Provérbios 28.16:“O governador sem juízo será um ditador cruel.” E foi desta forma que a Líbia foi governada durante todos esses anos.
Porém, em fevereiro de 2011, manifestações (influenciada pela chamada “Primavera Árabe”) contra o governo de Muammar Khaddafi provocaram a morte de dezenas de civis. Os protestos tomaram conta de boa parte do país, incluindo a capital Trípoli. Em 27 de fevereiro, as diferentes facções da oposição na Líbia formaram o Conselho Nacional de Transição para administrar as áreas do país controladas por opositores e também para iniciar uma luta formal para derrubar o então regime líbio. E assim, iniciou-se a guerra civil na Líbia cuja libertação foi oficialmente proclamada em 23 de outubro de 2011 (apesar de lutas sectárias ainda estavam sendo reportadas). Ao menos 30 mil pessoas foram mortas no conflito. Com a derrocada de Muammar Gaddafi do poder, após 40 anos de governo, e com o fim da guerra civil, o país passou a ser oficialmente uma República parlamentarista.

LOCALIZAÇÃO
Situada ao noroeste da África na região conhecida como Magrebe ou Magreb que inclui também Marrocos, Sahara Ocidental, Argélia, Tunísia, e a Mauritânia. A Líbia divide-se em três regiões geográficas: a Cirenaica, a Tripolitânia e o Fezzan.
Os recursos naturais principais do país: petróleo, gás natural e gesso.
Capital: Trípoli
Língua Oficial: Árabe
Governo: Governo provisório/ Presidente Geral do Congresso Nacional: Nouri Abusahmain. Primeiro Ministro: Ahmed Maiteeq
População: 6.173.579 habitantes
Religião: Islamismo 97%, outras 3%
Situação religiosa atual: A Líbia estava no 17º lugar na classificação de países por perseguição, atualmente ela está no 13º lugar. A situação dos cristãos deteriorou-se em 2013, fazendo da Líbia o país mais difícil do norte da África para ser cristão. Na ausência da lei, a violência contra os cristãos tem aumentado. Anteriormente, a principal fonte de perseguição era o governo e seu serviço secreto. Agora, são os movimentos extremistas islâmicos como os salafistas. A maioria dos cristãos tem medo de se encontrar com outros cristãos, uma vez que qualquer tipo de ajuntamento religioso não islâmico é proibido. Os expatriados podem ter suas próprias igrejas, mas os líbios não têm permissão para frequentá-las. Até onde se sabe, cerca de 75% dos cristãos estrangeiros deixaram o país por causa da violência e da perseguição”. Mesmo após a guerra civil na Líbia está difícil manter contato com os cristãos locais. “Os cristãos locais são cristãos secretos. Na Líbia, igrejas para líbios são proibidas, não há igrejas para cristãos locais. As igrejas que existem são apenas para cristãos estrangeiros que moram no país e os cristãos líbios não têm permissão para frequentá-las. Há policiais nas portas dessas igrejas para evitar que isso aconteça”.

MOTIVOS DE ORAÇÃO
• Louve ao Senhor, pois, há cristãos na Líbia que, mesmo não podendo cultuá-lo em liberdade, continuam firmes na fé.
• Ore pela segurança de cristãos que arriscam sua vida para assistir aos cultos nas igrejas de estrangeiros ou para participar de reuniões secretas.
• Interceda para que haja liberdade religiosa na Líbia a ponto de cristãos locais poderem ter suas próprias congregações.
• Ore por estabilidade na Líbia.