VIVENDO O AMOR DE CRISTO
A simplicidade do Evangelho nos causa uma confrontação sem igual. Já ouvi um pregador dizer: “Se fôssemos pra escolher ser cristão, por mera religião, talvez não seríamos”. Talvez ele tenha razão. Ainda bem que fomos escolhidos.
Dogma, doutrina e fé. O Evangelho é tudo isso, mas em prática. É doutrina de vida, de passo, de andado, de caminhada. Hora alguma é só retórica, discurso, “falazada”.
Amar não é o tal amor romântico que vemos nos filmes, nem a dedicação platônica que nos foi projetada. Amar é também sofrer. Também esperar. Também suportar. João exorta à igreja do primeiro século como quem escreve prevendo o futuro.
Me pergunto se ele pensou que chegaríamos a tal ponto. Ao ponto do raleamento de algo tão profundo. O amor entre pessoas e após o laço fraterno, entre irmãos, precisa ser visto e vivido no primeiro amor. Tem de ser assim. Vida comunitária intensa. Vida diária com profundos afetos de graça e misericórdia. Amor engloba tudo, e quando se vive isso de verdade, se ama de verdade.
Esse amor aos irmãos é o sinal do amor verdadeiro a Deus. Deus não é abstrato, ininteligível. Deus é espírito e verdade. Assim sendo, temos como amar a Deus de maneira além do invisível. De mera palavra ou só de boca.
Amamos a Deus de verdade quando nos dedicamos de verdade aos irmãos, à comunidade da fé. Amamos a Deus profunda e sinceramente quando vemos no outro nossa direção de dedicação e da dedicação de Deus, Pai nosso.
Os modernos tempos tentam distanciar as relações e apagar os afetos. Temos de ir na contramão e estender o braço, e dar o abraço, hoje proibido. O amor sai do discurso e do material quando se age em amor. O amor a Deus sai do dogma vazio e da palavra vã quando se ama o irmão, a irmã. O amor abraça, afaga e exalta.
O amor a Deus se expressa nisso tudo, no outro. Amemos nossos irmãos. Amemos a Deus. Pratiquemos tudo.
– Pr. Bruno Barroso – Pastor Auxiliar