Pr. Amauri Costa

Todos nós temos talentos e conhecimentos peculiares que nos foram confiados a fim de fazermos bom uso deles, e no final de nossa jornada existencial, nós iremos prestar contas ao Senhor da vida quanto à maneira como os administramos. Para nos ajudar no bom uso dos talentos e conhecimentos, temos que ter sempre em mente estas três verdades:

1 – Eles podem nos dar fama e reconhecimento.

O uso dos talentos e conhecimentos pode dar a alguém muito destaque. Seja no contexto onde vive ou mesmo em algum tipo de mídia que o projete de forma nacional ou mundial. O que sabemos fazer e o conhecimento que possuímos têm alto potencial de nos projetar de forma inimaginável e produzir um reconhecimento das pessoas à nossa volta que nos fará sentirmo-nos relevantes para as pessoas. O problema aqui é acharmos que esse é o fim principal deles.

Nossos talentos e os conhecimentos que possuímos não nos formam dados para fazer de nós estrelas aplaudidas e admiradas por um fã clube. Seja em pequena escala no contexto onde existimos e os exercemos ou em grande escala por meio de mídias e eventos de grande projeção, o fim principal de tais talentos e conhecimentos não é fazer de nós pessoas famosas e reconhecidas. Quem não entende isso só usa seus talentos e conhecimentos em busca do aplauso das pessoas, e só se realizam pela centralização delas como pessoas especiais e essenciais ao meio onde vivem.

2 – Eles podem nos dar dinheiro.

Os talentos e conhecimentos tem alto poder de gerar dinheiro. Certa vez um técnico foi chamado para consertar um gigantesco e complexo sistema de aquecimento. Vários outros haviam sido chamados e ninguém conseguiu consertar, até que ele chegasse ali para fazê-lo. Após uns cinco minutos analisando o sistema, ele retirou da mala um martelo e deu duas marteladas em um dos canos e, de repente, tudo voltou a funcionar perfeitamente. Quando perguntado sobre o preço do conserto, ele disse que eram cinco mil dólares. O dono da máquina ficou revoltado, e se sentindo explorado por pagar tão caro por apenas duas marteladas, exigiu uma nota com a discriminação de cada despesa do serviço prestado para justificar aquele valor. O técnico escreveu na nota: dar duas marteladas $5,00 dólares, saber onde dar as marteladas $4.995,00 dólares.

É isso mesmo, o conhecimento que possuímos e os talentos que nos foram dados têm alto potencial de gerar dinheiro. A questão é que o fim principal deles também não é meramente gerar dinheiro. Eles podem, mas isso não é necessariamente o destino primário. Quando não entendem isso, as pessoas só usam seus talentos e conhecimentos em troca de dinheiro.

3 – Eles podem ser grandes ferramentas de serviço.

Quando distorcemos a finalidade dos talentos e conhecimentos que possuímos, nós podemos passar a usá-los meramente na busca do aplauso das pessoas e da conquista de mais dinheiro. Não, estas não podem ser a finalidade dos talentos e do conhecimento. Muitas pessoas mesmo sendo grandemente privilegiadas em seus talentos e detentoras de vasto conhecimento, estão se tornando vazias e fúteis simplesmente por não entenderem este princípio básico da vida. Os talentos foram dados a nós visando o outro e não nós mesmos. O conhecimento adquirido deve ser revertido para o todo e não virar um fim egoísta de me levar a pensar que sou melhor que os outros.

Os talentos e os conhecimentos precisam ser usados para cuidado com as pessoas que nos cercam. É bênção exercer o ofício de médico, professor, pastor, pedreiro, engenheiro, cantor, ator ou qualquer outro com esta compreensão. O que tenho e sou visa primariamente a coletividade e não a particularidade. Sou parte de um todo e não o centro das atenções. É assim na vida, no casamento, na igreja e em todos os lugares do convívio humano. O centro e finalidade de tudo é Deus. Os talentos e conhecimentos nos foram confiados para serem usados no convívio mútuo a fim de sermos eficazes no cuidado uns com os outros e para que Aquele que é o doador dos talentos e verdadeira fonte de conhecimento, seja glorificado através de seu uso em nossas vidas.