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Estudos e artigos

UMA IGREJA QUE TESTEMUNHA A CRISTO

(2 Tessalonicenses 3) 

 

Lucas registra em Atos a expressão dita por Jesus: “Sereis minhas testemunhas” (Atos 1:8).
Provavelmente você já ouviu — ou até mesmo disse — frases como:
“Depois diz que é crente…”,
“Você não é crente?”,
“Esses crentes são todos iguais.” 

O mundo está constantemente nos observando: nossas falas, atitudes, comportamentos, curtidas, fotos… estamos sempre sendo vistos, ou, se preferir, vigiados. Por isso, precisamos ter o máximo de cuidado diante de Deus e das pessoas. 

Um pouco do contexto de 2 Tessalonicenses: 

Tessalônica era a capital e cidade mais populosa da província romana da Macedônia.
Era uma cidade portuária estratégica, cortada pela Via Egnátia — a estrada que ligava o Império Romano de ponta a ponta. 

Paulo escreve essa carta de Corinto, no ano 51 d.C., durante sua segunda viagem missionária.
Na ocasião, ele passou por Tessalônica e, em cerca de três semanas, estabeleceu ali uma igreja (Atos 17:1-9).
Devido à perseguição, Paulo precisou sair rapidamente, seguindo para Bereia (At 17:10-15) e depois para Atenas (At 17:16-34).
De Atenas, ele envia Timóteo para saber como estavam os novos cristãos tessalonicenses (1 Ts 3:1-3). 

Em 1 Tessalonicenses 1:5, Paulo diz: 

“…porque o nosso evangelho não chegou a vocês somente em palavra, mas também em poder, no Espírito Santo e em plena convicção…” 

Essa Palavra, acompanhada da ação do Espírito Santo, foi tão poderosa que a igreja de Tessalônica se tornou um modelo para toda a Macedônia e Acaia — e isso repercutiu por toda parte (1 Ts 1:7-8). 

Paulo escreve a primeira carta aos tessalonicenses por volta de 51 d.C., e a segunda praticamente no mesmo ano. 

Na primeira carta, ele dá um testemunho maravilhoso sobre a igreja e trata principalmente da volta de Jesus.
Alguns novos convertidos estavam com dúvidas sobre os mortos em Cristo, e outros haviam até deixado seus trabalhos dizendo:
“Jesus está voltando… para que continuar trabalhando?”
Desocupados, alguns começaram a visitar as casas dos irmãos, falar da vida alheia e se aproveitar da boa fé da comunidade. 

Na segunda carta, Paulo precisa retomar esse assunto. 

 

Uma igreja que testemunha a Cristo: 

  1. Ora pela pregação do evangelho com fidelidade a Deus (v. 1-5)

Testemunhamos a Cristo orando uns pelos outros.
Paulo pede que os irmãos orem por ele e por seus companheiros, para que o evangelho seja anunciado com poder. 

Quantas vezes encontramos os irmãos, falamos sobre muitas coisas e vamos embora sem orar?
Não separamos um tempo para interceder pela obra que é do Senhor. 

Em Atos 4:29-31, os irmãos estavam reunidos e pediram ousadia e intrepidez.
O lugar onde estavam tremeu — um testemunho de que Deus estava presente! 

Oramos porque é o Senhor quem abençoa. 

 

  1. Trabalha e não é fofoqueiro (v. 6-12)

As duas cartas tratam diretamente da volta de Cristo (Parousia).
Alguns “espertos” diziam: “Se Cristo está voltando, não preciso trabalhar.”
Mas, quando a fome batia, iam para a casa dos irmãos, se aproveitando da boa fé da comunidade. 

Esses eram os insubmissos e desordenados (do grego ataktos). 

Originalmente um termo militar, ataktos se referia a quem saía da formação — soldados fora de ordem.
Passou a designar pessoas com hábitos preguiçosos, descuidados, que não mantinham sua posição na vida civil. 

Esses irmãos não queriam trabalhar, e Paulo já havia advertido sobre isso em 1 Ts 4:11.
Pessoas desocupadas geralmente se tornam fofoqueiras e causam divisão.
Paulo orienta que não se mantenha comunhão com tais pessoas, mas que elas sejam admoestadas com amor (v. 15). 

Ele não está dizendo para expulsá-las da igreja, mas sim que cuidemos uns dos outros.
O apóstolo retoma o termo “desordenados” para falar dos fofoqueiros — aqueles que não trabalham, abusam da bondade alheia e ainda falam mal dos outros. 

Bem típico de quem não tem o que fazer, né? 

 

  1. Não se cansa de fazer o bem (v. 13-15)

Esse é um grande desafio: não se cansar de fazer o bem.
Mas quando fazemos o bem na força da carne ou apenas para sermos vistos, chega uma hora que nos cansamos e dizemos: 

“Estou cansado de ajudar, de fazer o bem…” 

Mas quando estamos cheios do amor do Senhor, fazer o bem se torna natural, leve, e prazeroso. 

Paulo escreve em Romanos 12:18: 

“Se possível, no que depender de vocês, vivam em paz com todos.” 

E em Romanos 13:8-10: 

“Não devam nada a ninguém, a não ser o amor de uns pelos outros.
Pois quem ama o próximo cumpre a lei…” 

“Ame o seu próximo como você ama a si mesmo.
O amor não pratica o mal contra o próximo. Portanto, o cumprimento da lei é o amor.” 

 

Conclusão 

Estamos sendo observados o tempo todo.
As pessoas nos veem porque temos algo a oferecer. 

Nossas palavras, atitudes e comportamentos revelam muito sobre nós. 

Jesus realmente vai voltar — pode ser hoje, amanhã ou daqui a cem anos.
O certo é: Ele vai voltar. 

Como temos vivido?
Somos chamados para ser testemunhas d’Ele, para parecer com Ele. 

Talvez você pense que o padrão é alto demais — mas a graça d’Ele nos capacita todos os dias. 

Como está a sua esperança na volta de Cristo?
Alimente-se dessa esperança todos os dias. 

Enquanto Ele não volta, o que você tem feito para que o mundo veja a glória d’Ele em sua vida? 

Pense nisso e responda a si mesmo. 

 

Vamos orar? 

Senhor, como é bom ter a certeza da salvação — certeza que vem por causa do sacrifício de Cristo na cruz, que nos garantiu a maravilhosa salvação. 

Senhor, como é bom saber que tudo isso aqui nesse mundo vai passar. Quando o Senhor voltar, subirei para adorá-Lo para sempre. 

Espírito Santo, enche o meu coração da esperança, da expectativa pela volta do meu Senhor Jesus Cristo. 

Enquanto Ele não volta, ajuda-me a refletir a glória que é somente d’Ele. 

Que sejamos, de fato, testemunhas do nosso Salvador. 

Em nome de Jesus, amém! 

 

Pr. Leonardo Lobo – Pastor Auxiliar