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Estudos e artigos

UMA IGREJA PERSEVERANTE NAS TRIBULAÇÕES

“É por isso que nós mesmos nos orgulhamos de vocês nas igrejas de Deus, por causa da perseverança e da fé que vocês demonstram em todas as perseguições e tribulações que estão suportando.” 2 Tessalonicenses 1:4

  

Perseverar, à luz do dicionário da língua portuguesa, tem o significado de constância, de manter a firmeza, de continuar, de conservar. Aquele que persevera é, por assim dizer, alguém que se mantém fiel às convicções que abraçou. É alguém que insiste e defende suas convicções. Nesse sentido, uma boa pergunta seria: será que alguém persevera no erro? No engano? Na mentira? Pode ser que sim. Mas, especificamente nessas reflexões, a intenção é considerar a perseverança sob a perspectiva da fé. E, a fé cristã está envolta na convicção do poder e na graça de Deus (2 Ts 2:13-15). 

 Ao escrever para os crentes que estão em Tessalônica, o apóstolo Paulo toma, como um de seus objetivos, o encorajamento dos irmãos quanto à fé que abraçaram. Eles ouviram o Evangelho e receberam a Palavra com alegria, embora num ambiente de perseguição (1 Ts 1:6). E essa foi a forma pela qual a igreja se manteve firme. Uma boa pista para aplicação nos dias atuais, não é mesmo? A Palavra de Deus deve ficar viva e real na alma e no coração dos crentes, porquanto é isso que contribui para a perseverança na fé. 

 Paulo reconhece que a fé dos tessalonicenses é uma fé crescente que encontra esteio na esperança e no amor. Daí pra frente, ele, Paulo, aborda o assunto da perseverança sob essa ótica. Perseverança e fé geram esperança. Tudo isso alimenta o amor. O resultado é um testemunho empolgante daquilo que o Evangelho produz. Uma transformação de mente e de coração, cujos efeitos ecoam na eternidade (1 Ts 3:13). 

Diante das considerações preliminares, o que podemos tomar como exemplo aplicável à igreja dos dias atuais, no que concerne à perseverança? Será que nestes tempos de não menos provações e tentações a igreja de Cristo segue perseverante e santa? Não nos sucumbimos facilmente quando “apertados” pelos desafios do dia a dia e levados ao desânimo, abandonando a fé e esfriando no amor? Sob esses aspectos, considero que a igreja (entenda crentes) atual também sofre os mesmos desafios dos tempos de Tessalônica. A perseverança se torna, então, um desafio para a fé cristã em qualquer tempo e época. A partir da premissa, alguns pontos que passo a delinear poderão contribuir para a compreensão de como a Igreja de Deus segue perseverante. 

 1) A tribulação produz perseverança: a fé cristã é continuamente testada nas aflições. Paulo faz menção dessa realidade quando esteve com os tessalonicenses. Mais tarde, quando trata do assunto na carta aos romanos, ele repete a afirmativa considerando que a perseverança traz consigo a experiência. Uma igreja experimentada sabe que é guardada por seu Deus, que a escolheu (Rm 5:4; 1 Ts 1:4); 

 2) A igreja perseverante tem esperança no Reino de Deus: as tribulações e lutas vencidas trazem para a fé cristã a esperança futura de reino. O juízo de Deus virá sobre os que oprimem aqueles que n’Ele aguardam. E, é certo que o mesmo Deus trará recompensa a quem permanecer firme (2 Ts 1:5-6); 

 3) Na perseverança a igreja é consolada: enquanto luta as batalhas para se manter firme na fé, a igreja recebe da parte de Deus o alívio que a faz esperar no seu Salvador. Nesse sentido, apegados à esperança futura, os crentes sabem que as tribulações e provações cessarão na vinda de Cristo. Tal esperança é o combustível para a perseverança (2 Ts 1:7); 

 4) O juízo divino é certo sobre os desobedientes: por toda a Palavra de Deus se vê que a desobediência não é ato impune. Deus sempre trouxe (e trará) juízo sobre descrentes e insensatos. A vinda de Cristo reserva castigo de “eterna destruição” e dolorosa penalidade. Os que não creem serão banidos da face do Senhor e não verão a glória do Seu poder. Os que perseveram na fé, admirarão o Seu Senhor (2 Ts 1:9-10).  

 Concluindo, tal como o apóstolo Paulo, aguardamos em orações a vinda do nosso Deus. É essa esperança em fé que nos estimula a perseverar confiantes de que a presença eterna de Deus nos cercará. Nesse sentido, guardamos no coração essa verdade que sustenta a caminhada em peregrinação. Clamamos aos Céus que sejamos “dignos da vocação de Deus” e que Ele cumpra em nós “com poder todo propósito de bondade e obra de fé” (2 Ts 1:11-12). 

 – Pr. Edson Gonçalves – Pastor Auxiliar