Um chamado à mordomia fiel
Malaquias 3:7-12
Uma manhã de domingo, porque a mãe estava doente, ela mandou o filho – sem ela – para a igreja do interior. Ela disse: “Você vai direto para a igreja”. Antes que o garotinho saísse, sua mãe lhe deu duas moedas de 25 centavos, dizendo: “Uma moeda é para você comprar um sorvete no caminho para casa, e a outra é para Deus”.
Então, colocando as moedas no bolso, ele foi para a igreja. No caminho, parou momentaneamente em uma ponte e se inclinou para o lado para ver a água. Ao fazer isso, uma das moedas caiu no rio. Ele apalpou o bolso e encontrou a outra moeda e disse: estou tão feliz por não ter perdido a minha moeda do sorvete.
Às vezes, temos a mesma atitude em relação à doação. Quando conseguimos o que queríamos, não temos mais nada para dar. Deus está alertando os israelitas por meio do profeta Malaquias, para que eles se prepararem, pois, um rei estava chegando e os julgaria pela forma como adoravam a Deus, especificamente pela forma como O adoravam com suas doações.
Em termos numéricos, o assunto “dinheiro” e “riqueza” é o segundo tema mais dominante na Bíblia, perdendo apenas para a idolatria. A Bíblia tem 500 versículos sobre oração, menos de 500 sobre fé, mas mais de 2.000 sobre dinheiro e posses.
Jesus falou mais sobre dinheiro do que sobre céu e inferno juntos. Por quê? Porque guardamos o dinheiro muito perto de nossos corações. Deus sabe que o dinheiro é o principal rival, pela afeição do nosso coração. Mateus 6.24 diz: “Ninguém pode servir a dois senhores. Ou odiará um e amará o outro, ou se dedicará a um e desprezará o outro. Vocês não podem servir a Deus e ao Dinheiro”.
Essa é uma passagem do Antigo Testamento. Não estamos agora sob a graça? O primeiro dízimo foi feito antes de Moisés e da Lei. Em Gênesis 4.1-8, Caim e Abel dizimam de suas primícias. Em Gênesis 14.20, Abraão dizima a Melquisedeque, o sacerdote de Deus. Isso foi antes da Lei ser dada.
Em segundo lugar, no Novo Testamento, Cristo teve a oportunidade perfeita de acabar com o dízimo ao falar com os fariseus. Mateus 23.23 diz: “Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! Porque dizimais a hortelã, o endro e o cominho, e tendes negligenciado os preceitos mais importantes da lei: a justiça, a misericórdia e a fé. Estas coisas devíeis fazer, sem deixar aquelas por fazer”. Jesus nos encoraja a continuar dizimando, mas com o coração certo.
Deus fez uma promessa a Abraão e a seus descendentes, de que eles seriam Seu povo. É por causa dessa promessa que não importa o que a família de Abraão fizesse, Deus ainda manteria Sua promessa. Foi por causa dessa promessa que eles não foram destruídos, apesar de seu pecado.
Em Teologia, essa doutrina é chamada de “imutabilidade”. Isso significa que, sendo perfeito, Deus não muda. Ele não pode ficar melhor nem pior. Portanto, somos nós quem mudamos. Foi por causa desse caráter de Deus que o povo não foi destruído.
Eles achavam que Deus não estava sendo fiel a eles, mesmo que fossem eles quem tinham mudado, mostrando desrespeito e pecado para com Deus. Há um padrão em todo o Antigo Testamento. Deus abençoará a nação, e eles amam a Deus. Com o tempo, eles se tornam complacentes e esquecem de Deus e de que foi Ele quem lhes deu tudo o que tinham.
Eles, então, se envolvem em uma série de pecados e, após advertências de vários profetas, são julgados por Deus. O povo, então, se arrepende e volta para o Senhor, que então os perdoa e os abençoa, e assim eles seguem Seus caminhos novamente.
“Voltem para mim, e eu voltarei para vocês”. O povo sempre teve a opção de retornar a Ele por meio do arrependimento e da obediência renovada. O povo de Deus perguntou o que precisavam tornar a fazer. Eles não sabiam o que estavam fazendo de errado? Eles perguntaram: “Como podemos retornar, não fizemos nada de errado?”; “Você é aquele que foi infiel”. Deus diz que eles estavam roubando-O “nos dízimos e nas ofertas”.
O que é dízimo e o que é oferta?
O significado da palavra “dízimo” é: 10%. Deus diz que devemos trazer todos os 10% de sua renda para o armazém, que nada mais era do que uma seção do templo em que o Israel agrário daria seus grãos, animais etc. Portanto, é uma referência à Igreja. Os dízimos devem ir para a igreja local. As ofertas são o que damos acima e além do dízimo.
A razão do dízimo é para que “haja alimento em minha casa”. Os ministérios dentro da Igreja dependem da doação fiel de cada membro. Deus não projetou nenhuma outra maneira de arrecadar fundos além do dízimo e das ofertas. A estabilidade financeira da igreja depende da obediência do coração de cada membro.
Deus promete que se dermos o dízimo, seremos abençoados. Como somos abençoados? “Eu repreenderei o devorador por vocês, para que ele não destrua os frutos da sua terra, e a sua videira no campo não deixe de produzir, diz o SENHOR dos Exércitos” (v. 11).
(1) proteção contra a destruição – pragas têm sido, por toda a Bíblia, uma maneira pela qual Deus julgaria Israel (Levítico 26.24, 25; Deuteronômio 28.21). Quando escolhemos ser desobedientes, saímos do círculo protetor de Deus. Mas se formos obedientes, permanecemos dentro das graças protetoras do Pai.
Uma maldição, portanto, pode ser a de que nossas posses – ou aquilo de que dependemos para nossa renda – sejam destruídas. Ele faria isso para nos despir do que idolatramos, de modo que tudo o que restaria seria Ele, Deus – porque Ele é fiel em nos disciplinar como Seus filhos. Disciplina dói.
(2) produtividade no trabalho — “os campos não lançarão seus frutos”. Nosso trabalho renderá uma colheita. Quando somos obedientes a Deus, nossos esforços serão multiplicados, porque é Deus que os está direcionando.
Uma maldição, portanto, seria a de que não importa o quanto trabalhemos duro, nunca parecemos conseguir progredir. Afundamos cada vez mais em dívidas. Ficamos ansiosos e preocupados porque dependemos de nós mesmos em vez de confiar em Deus para prover.
(3) popularidade – quando somos obedientes a Deus, Ele nos abençoará, porque é Seu desejo que Seu nome seja exaltado. Podemos dizer que, quando eu somasse tudo o que devo (a Deus e ao mundo) e o dinheiro que estou recebendo, eu não teria o suficiente. Deus providenciou o dinheiro que eu precisava para fazer as duas coisas. A bênção é que seremos capazes de ser testemunhas do que Deus fez com nossas vidas. Também haverá alegria em sua casa por causa de seu relacionamento com o Senhor.
Uma maldição, portanto, seria a de que roubamos de nós mesmos a bênção que vem da doação. Não temos testemunho de como Deus fez o impossível com nossas finanças e vidas. As pessoas não nos chamarão de abençoados, mas, em vez disso, saberão que fizemos do nosso jeito e com nossa própria força.
Ainda não está convencido a respeito do dízimo? Esse é o único ponto em toda a Bíblia em que o homem pode testar Deus. “Teste-me nisto”.
Outra razão pela qual Deus exige um dízimo integral é que o dízimo é, em última análise, um teste para determinar se confiamos mesmo n’Ele. O Senhor revela a realidade sobre quem amamos mais: Deus ou o dinheiro.
– Pr. Roberto Santos – Pastor Auxiliar