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Pr. Jeremias

Siga as referências do Evangelho de Cristo

A madeira de aroeira-do-sertão ou urundeúva é famosa no meu Norte de Minas. É tida na prática como a de mais alta resistência ao apodrecimento e ao ataque de cupins de madeira seca. Madeira pesada de alta resistência mecânica, é indicada para construções externas, como vigamento de pontes, estacas, postes, esteios, dormentes (aquelas madeiras sobre as quais são colocadas os trilhos de trem-de-ferro) e mourões.

É símbolo da fortaleza moral, integridade, firmeza de propósitos. Indica aquele tipo de pessoa, a quem você pode confiar o cofre, o talão de cheque, a filha adolescentes, os negócios. Gente fiel e leal. Sua palavra vale muito mais que documentos registrados em cartório.

Das poucas memórias que tenho da minha infância, lembro de uma ponta de conversa que ouvi entre dois sertanejos, numa daquelas feiras, num sábado, no mercado em Janaúba. Citando um terceiro homem, um deles falou: “Aquilo é aroeira pura! Pode confiar. É honesto em tudo”.

As aroeiras são usadas como mourões. Os mourões são aqueles esteios que sustentam a cerca. Geralmente colocados entre paus mais frágeis e nas “quinas”. Os mourões garantem a estabilidade das cercas. Essas árvores estão desaparecendo. É preciso, um reflorestamento urgente!

As aroeiras poderiam ser tomadas, também, como símbolos daqueles crentes “sustança”. Fiéis, íntegros, consagrados, fervorosos, hospitaleiros, evangelistas, plantadores de igrejas. Crentes que resistem às tentações e pressões do mundo. Crentes que não apodrecem com as decepções ou com o padrão imoral do mundo. Crentes que não se deixam apodrecer pela desonestidade, corrupção, mentira. Crentes que os cupins da maledicência, da murmuração e da omissão não conseguem destruir. Resistem às pressões da vida, da carne e do diabo. Quanto mais tentação e tribulação… mais firme no Senhor; mais amam sua igreja, seus pastores, seus irmãos e se dedicam a espalhar a boa influência do Reino de Deus.

Uma pessoa me disse: “Aos domingos, os templos evangélicos estão cheios”. Mas será que ao mesmo tempo estão vazios? Cheios de gente superficial, vazios de “mourões”? Cheios de música, coreografia, dança, espetáculo, mas vazios de oração e quebrantamento? Cheios de tecnologia e vazios de piedade? (isto não significa que estamos abrindo mão dos recursos que podemos utilizar para a evangelização e a edificação da Igreja. Pois, não se substitui o caráter pela tecnologia). Muita maquiagem espiritual, mas vazios de genuína santificação? Muitos cânticos vazios de adoração? Muito sermão, pouca palavra de Deus?

Os “mourões” podem dizer a crentes mais novos: “Sede meus imitadores como sou de Cristo. Não dando nós nenhum motivo de escândalo para que o Evangelho não seja envergonhado”.

Crentes que inspiram, discipulam com a vida, vivem o Evangelho de modo humilde para a glória de Deus e fazem o inferno tremer por causa de sua integridade, precisam ser preservados. Precisam vigiar e orar. Necessitamos deles no meio da igreja. Afinal, os mourões não podem ser extintos!

Será que é tempo de fazer um reflorestamento espiritual? Como reflorestar? Penso que…

  • Devemos desejar ser mourões – “aroeiras puras”. Acertar nossa vida com Deus, restaurar o altar caído em nossos lares, santificar os hábitos, abandonar a impureza, vícios, quebrantar, restituir, sofrer o agravo, separar do pecado, honrar a Deus;
  • Devemos decidir reproduzir um alto padrão de vida cristã na vida de outras pessoas. Discipulado. Nos comprometermos com Deus, para que os novos (ou velhos membros da igreja) possam andar conosco, verem em nossa vida devocional, moral, econômica, familiar e eclesiástica o reflexo da presença do Senhor Jesus.

Os mourões devem liderar o povo de Deus. Na verdade, apenas mourões exercem, de fato, liderança espiritual, inspiradora e curadora. Que o Senhor se compadeça de cada um de nós e que essa atual geração de crentes, da qual participo, que viu muitos mourões morrerem, acorde, se arrependa, seja reavivada e viva com Deus e para Deus.

Pr. Jeremias Pereira – Pastor Titular