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(Mateus 4.1-11) 

Santificação e tentação, por mais que pareçam ideias totalmente opostas, são na verdade duas realidades que caminham juntas na vida de todo aquele que ama a Jesus. Se por um lado a santificação é um chamado para nossa vida, por outro a tentação é uma realidade inevitável para que a santificação seja produzida. Santificar-se, dentre muitas coisas, passa por vencer às tentações que vêm sobre nós.  

Mas por que somos tentados? Por que Deus permite que isso aconteça conosco? Primeiro, precisamos entender que as tentações não vêm da parte de Deus para nós. Isso significa que não existe maldade em Deus para que seja apresentada a nós. A maldade é encontrada no nosso próprio coração (Tiago 1.15), de onde vêm os maus desejos e pensamentos. Somos tentados, pois a raça humana caiu, uma vez que Eva e Adão, não possuindo maldade e sendo tentados pelo Diabo, pecaram contra o Senhor. Portanto, o pecado passou a reinar sobre os homens.  

Em segundo lugar, Deus nos permite passar por tentações porque nelas temos a oportunidade de honrá-lo e obedecê-lo; e, para isso, Ele mesmo nos provê livramento (1 Coríntios 10.13). 

Em Mateus 4.1-11, vemos narrada a tentação sofrida por nosso Senhor Jesus. O Espírito o levou ao deserto para ser tentado pelo Diabo. Era necessário que assim acontecesse, para que em Cristo tivéssemos o exemplo de que podemos vencer às tentações e agradar ao Pai, pois, assim como nós, Jesus também foi tentado, mas não pecou.  

Após quarenta dias de jejum e oração no deserto, fato que faz relação aos quarenta anos de provação no deserto, Jesus teve fome (Jesus passou pelo que passamos) e foi tentado por Satanás. Porém, Ele resistiu ao Diabo, honrou ao Pai e foi consolado pelos anjos que foram enviados. Podemos aprender algumas lições com essa passagem:  

1. Precisamos saber quem é Deus e quem nós somos n’Ele

A tentação do Diabo tem uma mesma estrutura: ele mente sobre quem Deus é, sobre quem ele mesmo é e sobre quem nós somos. Foi assim com Eva. O Diabo disse a Eva que o que Deus havia dito era mentira, pois o fruto era bom para se comer (mentiu sobre Deus), que Ele tinha medo de que o homem pudesse se tornar como Ele (mentiu sobre os homens) e que se a mulher desse ouvidos à sua voz, se tornaria como Deus (mentiu sobre si).  

O mesmo aconteceu na tentação ao Senhor Jesus. Primeiro, o Diabo colocou em cheque se Jesus de fato era o filho de Deus (mentindo sobre Jesus), depois colocou em cheque a fidelidade de Deus ao cumprir Sua Palavra que dizia que anjos seriam enviados para o guardar (mentiu sobre o Pai), e depois disse a Jesus que, sendo o mundo todo seu, se prostrado o adorasse, seria colocado sobre tudo (mentiu sobre si). Mas Jesus sabia quem era o Pai, também sabia quem era no Pai e sabia bem quem era o Diabo. Na tentação, precisamos nos lembrar quem é Deus e que n’Ele recebemos uma nova vida e natureza, para não mais andarmos satisfazendo as vontades da carne, mas em santidade e obediência.  

2. Precisamos cuidar para que a solução para as nossas necessidades não nos leve a pecar

Jesus também teve fome. Ele sabe que as necessidades físicas nos fragilizam, pois também chorou, ficou exausto a ponto de dormir durante uma tempestade e sofreu profunda angústia no Getsêmani. Mas nem por isso pecou. Obedeceu, permaneceu firme na tentação e não desonrou seu Pai. Muitas vezes, fragilizados por vários motivos, seja fisicamente ou emocionalmente, damos lugar ao Diabo e ao pecado. Justificamos nossas falhas por conta das dificuldades que enfrentamos. Na tentação, precisamos nos lembrar que, mesmo passando necessidades, somos chamados à santidade. Jesus também sofreu, mas não pecou. Podemos clamar, chorar, mas não pecar. 

3. Precisamos conhecer a Palavra

Há algo muito interessante no texto: o Senhor Jesus (sendo Deus), na tentação, se valeu da Bíblia para não pecar. Em primeiro lugar, vemos que a Bíblia é poderosa para nos fazer ficar de pé. Davi, no Salmo 119.11, disse que guardava no coração as palavras de Deus, e isso para que não pecasse contra Ele. Precisamos ter a Bíblia em nosso coração o tempo todo, e nela meditar. A Bíblia é uma poderosa arma para nos ajudar a viver em santidade. No entanto, precisamos ainda ter um cuidado, pois não basta conhecer a Bíblia de maneira rasa, pois as heresias também são tiradas dela. O próprio Diabo usa a Bíblia para tentar levar Jesus a pecar, mas a verdadeira Palavra de Deus, encarnada em Jesus, permanece poderosa para desafazer as falsas doutrinas. 

4. Precisamos repreender a Satanás

Em último lugar, precisamos nos lembrar que a nossa batalha é contra o Diabo e seus demônios, de maneira que nossa postura não pode ser amistosa, mas sim de combate. Satanás, pela autoridade do nome de Jesus, precisa ser repreendido. Ele já está condenado, e em nome de Jesus foi nos dada autoridade sobre ele e sobre todo principado e potestade. Precisamos avançar contra ele, e firmes na Cruz atacar as portas do inferno; elas não prevalecerão. Por breve tempo, para nos dar exemplo, Jesus permitiu que o Diabo estivesse diante d’Ele. Mas, uma vez frustrados os seus planos, o Senhor o repreende e o manda embora. Constantemente, precisamos orar pedindo ao Senhor que repreenda a mão do Diabo, que nos livre do mal e que nos dê olhos espirituais para não lutarmos contra a carne e o sangue. Oitava, avancemos em santificação, vencendo as tentações!  

– Pr. Israel Abreu – Pastor Auxiliar