SANTIFICAÇÃO – UM DEVER DA IGREJA
(1 Pedro 5.1-15)
Chegamos ao fim da jornada pelo livro de 1 Pedro. Durante as últimas semanas, aprendemos com essa preciosa carta como devemos viver em santificação constante em todas as áreas da nossa vida. O argumento central de Pedro nessa carta é que somos forasteiros e peregrinos, não pertencemos a esse mundo e, por isso, não temos sua cidadania. Nossa pátria é a Jerusalém celestial e é para lá que estamos peregrinando, confiados na promessa do Senhor que há de ser revelada no último dia.
Pedro também demonstra que somos separados como uma nação santa, sacerdócio real e pedras vivas que estão firmadas na Pedra Angular que é o próprio Senhor Jesus, e que por isso devemos perseverar em santidade e tendo vida exemplar. Essa santidade que buscamos no Senhor deve ser manifesta em toda a nossa vida, seja nos relacionamentos sociais ou no trabalho, e dentro da família; nos lembrando também que todo o nosso sofrimento resulta em glória ao nome do Senhor Jesus, pois Ele mesmo sofreu por nós.
Agora, no último capítulo, Pedro volta sua atenção para a igreja, exortando os líderes a permanecerem fiéis – pastoreando a igreja com integridade – e orientando os jovens a se submeterem à liderança dos mais velhos. Pedro encerra sua carta chamando todos a se humilharem diante do Senhor, pois assim resistiremos ao Diabo, e o Senhor – ao Seu tempo – glorificará o Seu povo.
Ao voltarmos os nossos olhos para esse texto tão rico e encorajador, podemos retirar algumas lições para aplicarmos em nossas vidas:
- Os pastores devem seguir o exemplo do Supremo Pastor
Pedro começa esse capítulo se dirigindo aos presbíteros da igreja. Esses homens eram os pastores, a liderança das comunidades locais daquela época. Sua função deveria ser cuidar e ensinar o povo com todo zelo e temor do Senhor. Eles não deveriam usar de sua posição de liderança para dominar a igreja e buscar seu próprio benefício, sendo gananciosos. Os pastores deveriam ser exemplos de humildade e serviço para o ensino e encorajamento do povo de Deus. Ao fazerem isso, o Senhor Jesus – que é o Supremos Pastor – os recompensará com uma coroa de glória que nunca perde o brilho.
O ministério pastoral é um privilégio que o Senhor concede e deve ser exercido com todo zelo. No Reino de Deus, aprendemos que Seus valores são diferentes dos valores do mundo, pois para o Senhor, maior é o que serve. Toda vez que nossa liderança e influência aumentam, nossa humildade e serviço devem aumentar também. Servir ao Senhor Jesus é a maior de todas as honras. Portanto, façamos isso com todo amor, dando sempre o nosso melhor para Aquele que nos chamou das trevas para Sua maravilhosa luz.
2. A humildade é a marca do povo de Deus
Pedro agora se dirige aos mais jovens. Esses devem seguir a orientação da sua liderança, estando todos revestidos de humildade, pois isso agrada a Deus. O Senhor é quem exalta e é quem humilha. Toda soberba e arrogância é rejeitada por Deus, pois Ele é o único digno de toda glória e louvor. Nós, seus servos, devemos ser humildes. Nós, que não merecíamos nada, estávamos mortos em nossos delitos e pecados, éramos por natureza filhos da ira, destinados à condenação eterna e escravos de nossa própria vontade.
Fomos resgatados pela graça de Deus, um favor imerecido derramado sobre um povo que era inimigo de Deus, mas que em Cristo é feito filho e tem paz com o Senhor. Por todos esses motivos, ao entendermos que não merecíamos nada e que mesmo assim o Senhor decidiu nos amar, aprendemos que, na vida cristã, não há espaço para a arrogância e a soberba. Somos todos iguais diante do Senhor e carecemos do mesmo perdão. Revista-se de humildade, pois o Senhor resiste aos soberbos.
3. Entregue-se completamente ao Senhor
A chave para a vitória contra o Diabo e esse mundo caído é nos lançarmos inteiramente nas mãos de Deus. Somente o Senhor tem a solução para todo o mal que nos aflige. Este mundo caído nada tem a nos oferecer e, enquanto estivermos atrás de coisas passageiras e terrenas, continuaremos afligidos de medos e ansiedade. O inimigo das nossas almas não descansa e está o tempo todo buscando uma maneira de nos devorar. Nossa arma nessa batalha é nos humilharmos debaixo das mãos do Senhor, sendo firmes na fé e lembrando que todas as lutas e sofrimentos dessa vida não se comparam com a glória que está reservada para nós em Cristo Jesus. Todas as lutas e tribulações servem para fortificar nossa fé e nos preparar para a gloriosa vinda do nosso Redentor.
Conclusão
Ler a primeira carta de Pedro é ser encorajado do início ao fim. Mesmo em meio às perseguições e as tribulações, nós temos uma viva esperança. Somos convocados a perseverar e dar um bom testemunho para esse mundo caído. Mostrando em nossa vida prática a fé que professamos ao Deus que servimos. Pois em todo o tempo somos guardados por Deus e fortalecidos pelo Santo Espírito. A mensagem central de Pedro continua viva e nos ensinando a sermos fiéis em meio às perseguições, pois é certo que o Senhor voltará e glorificará o Seu povo.
– Pr. Fernando Guedes – Pastor Auxiliar