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Estudos e artigos

RUTE E BOAZ – CREIA NO AMPARO DO SENHOR

Imagina uma mulher cheia de sonhos vivendo com seus parentes e que, provavelmente, tinha tudo que precisava em casa. E aí, chega em sua cidade um homem, a esposa e dois filhos jovens – numa cidade onde todos se conhecem.

Ela conhece o rapaz, se casa e, passando certo tempo, ela perde o sogro, o cunhado e o marido. O sonho de ter uma casa, filhos e uma família, acaba. Em pouco tempo, todo sonho que parecia estar próximo de se realizar, se desfez. Assim começa o livro de Rute.

É provável que a vida de muita gente – e talvez até a sua – esteja assim. Quando parecia dar certo, tudo desmoronou e agora está tudo acabado. Mas esse é apenas o início do livro, pois a história continua e tem um desfecho lindo, como a sua também pode ter. Porque quem estava governando a história de Rute é o mesmo que quer governar a sua vida.

Pois bem. Noemi, sogra de Rute, resolve voltar para Belém, sua cidade, em um misto de dor e esperança, e se despede de suas noras. Órfã, resolve voltar para sua parentela e ficar nas terras dos moabitas. Mas Rute, em um ato de lealdade, decide acompanhar Noemi. Abandonar a terra de nascimento era considerado verdadeiro sacrifício. Ao tomar essa decisão, Rute não imaginava o que lhe aguardava e como Deus mudaria sua história de uma vez por todas.

Ao chegar à cidade, ela vai apanhar espigas para se alimentar. De acordo com a lei de Moisés, os pobres tinham o direito de colher as espigas que caíam das mãos dos segadores (Lv 19.9; 23.22). “Espigas” se refere a cevadas (Rute 1.22).

Por casualidade (2.3), Rute entrou nas terras de Boaz. “Casualidade” é a expressão utilizada neste texto pela tradução ARA.

Poderíamos continuar dizendo que, por casualidade, Boaz veio de Belém justamente naquele dia e vê Rute colhendo em seu campo. Pois, Boaz foi ao campo, cumprimentou seus funcionários e perguntou: de quem é esta moça?

“A agenda de Deus prevalece sobre os planos humanos. A casualidade humana tem como pano de fundo a providência divina. Por trás dos aparentes acasos dos encontros comuns do dia-a-dia, Deus expressa o Seu cuidado e a Sua determinação providencial, a graça da Sua aliança”. (Hernandes Dias Lopes)

“O que parecia ser um acidente vê-se como providência de Deus à luz de toda a história”, como diz Moody.

Deus está controlando a história do mundo e a de cada um de nós. O Senhor não criou o mundo, deu corda nele – como se fosse um grande relógio – e está esperando ele parar. Definitivamente, não é assim. Ele criou o mundo e continua governando todas as coisas!

Ao retornar para casa com um saco cheio de espigas, Noemi pergunta a Rute onde ela colheu, onde havia trabalhado. Rute contou a história para ela e disse o nome do dono do campo, Boaz. Deus pode transformar uma história de dor em um só dia.

“Então, Noemi disse a sua nora: Bendito seja ele do Senhor, que não tem deixado a sua benevolência nem para com os vivos nem para com os mortos. Disse-lhe mais Noemi: Esse homem é nosso parente chegado e um dentre os nossos resgatadores.” (Rute 2.20)

Naquele tempo, havia a lei do levirato, ou seja, se o marido morresse sem deixar descendentes, o irmão deveria assumir a esposa do falecido e ter um filho com ela para manter a perpetuação da família. No caso de Rute, ela havia ficado viúva e o cunhado havia morrido também, então a lei do levirato poderia ser cumprida pelo parente próximo.

Boaz poderia ser o resgatador, pois ele era parente de Elimeleque (sogro de Rute). E é isso que ele faz. Nessa história, temos três personagens principais. Vamos falar rapidamente sobre cada um:

 

1 – Noemi: viveu um tempo amargurada a ponto de querer ter o nome mudado por achar que Deus a abandonara. Ela coloca na conta de Deus tudo o que estava acontecendo em sua vida.

Muitas vezes agimos dessa forma, atribuímos a Deus as situações ruins e esquecemos que Ele nos ama e que o plano d’Ele sempre é bom, perfeito e agradável.

E no capítulo 2 (verso 19), Noemi começa a ver que Deus não havia a abandonado e usa a palavra “Bendito” para abençoar Boaz. No verso seguinte ela consegue ver que Deus continua no controle.

Isso nos ensina que devemos tirar os olhos das circunstâncias e colocá-los em Deus. O Senhor trabalha em silêncio em favor do Seu povo. Quando pensamos que fomos esquecidos por Ele, Sua graça se manifesta mostrando Seu grande poder.

 

2 – Rute: uma mulher determinada, fiel e que recebe a recompensa por sua fidelidade. Rute poderia ter ficado em Moabe junto com o seu povo, e continuar sua vida; mas preferiu se fidelizar com sua sogra. Essa atitude demonstra determinação – o capítulo 1 (versos 16 e 17) deixa isso bem claro.

A sogra não tinha nada para oferecer em troca, e ela também não queria nada em troca, senão acompanhar Noemi. Determinação e fidelidade são características que precisamos desenvolver em nossas vidas. Às vezes, por pouca coisa, abrimos mão da vida e nos tornamos infiéis.

Rute recebeu a recompensa por sua determinação e fidelidade. Ela entra em uma linhagem real (do rei Davi) e divina (do Senhor Jesus). Rute representa a Igreja do Senhor Jesus, muitas vezes sofredora, porém, vencedora; pois foi redimida pelo sangue precioso de Cristo.

 

3 – Boaz: um homem que entendeu seu papel e o assumiu. No capítulo 3 (verso 9), Rute se apresenta a Boaz de forma clara e fala a ele sobre seu papel na história. Boaz não se esconde, não foge, e faz o que deveria ser feito para tornar-se o resgatador.

Precisamos entender o nosso papel e assumir o que precisamos assumir, nunca fugir das responsabilidades por medo ou qualquer outra coisa. Boaz é um tipo de Cristo, o Redentor, aquele que mudou a história de Rute e Noemi. 

 

Cristo, ao vir a este mundo para nos resgatar das trevas, sabia muito bem a Sua missão e em momento algum fugiu de cumprir o Seu papel, ou seja, morrer. Jesus Cristo é o nosso resgatador, Ele não só nos resgatou como também mudou a nossa história.   

O livro de Rute é a respeito de Deus. Ele governa sobre todas as coisas e ampara os que n’Ele confiam. Creia que o Senhor Jesus pode mudar a sua história, por mais difícil que pareça estar. Ele pode transformar o choro em alegria, a morte em vida. Creia no amparo do Senhor!

Pr. Leonardo Lobo – Pastor Auxiliar