RELIGIOSIDADE X RELACIONAMENTO COM DEUS
“Religião” é religar. Voltar-se a Deus após a separação que houve como fruto da queda. A palavra em si é vasta e diversa de significados. Religião também sustenta dogma, doutrina, fé, relação com divindade e pessoas. Intermediação por meio de culto, sacerdote e ritos. Relaciona-se com cultura, língua e linguagem. Quando tratamos das diversas formas de fé, vemos que cada religião tem sua história e sua “transcedentalidade”.
Cremos que a religião cristã traz a verdade, é a verdade e é a religião verdadeira. Cremos que há um Deus verdadeiro, que há uma só forma de religar o homem a este Deus e que a Bíblia, livro de regra de fé e prática, é a revelação dada aos homens para conhecimento de Deus; e que Jesus Cristo, a suprema manifestação de Deus aos homens, é filho de Deus e que o Espírito Santo é a terceira pessoa da trindade que sela nossa relação com Deus para que possamos ter redenção completa.
Joia, está exposto. Porém, religião contém como manifestação de cultura a mão humana que tenta fazer da ligação vertical entre Deus e os homens meio de dominação do rito e também dos homens. Religião, então, ultrapassa o que conhecemos como forma de fé, e horizontalmente homens e homens fazem daquilo que seria forma de bondade em manifestação pecaminosa humana.
Na fé cristã, Deus se religa ao homem por amor; e nas religiões, homens buscam se religar a Deus em salvação. Coisa impossível até mesmo se a religião se disser “cristã”. Não há maneira do homem caído se achegar a Deus se não for por meio de Jesus Cristo, e isto em rendição, arrependimento e santidade.
A religião tenta religar o homem por esforço, oferendas e obras. Este é o ponto central do problema. No período do Novo Testamento, na tradição dos fariseus aquilo que era fruto de Graça e relacionamento com Deus se torna esforço de obras e dominação humana do meio de se buscar a divindade.
Os Hasidins, dissidência dos Macabeus, homens piedosos que buscaram o retorno às Escrituras no período Hasmoneu, terminaram culminando na seita dos fariseus que fizeram de sua casta privilegiada e soberba, controlando pessoas e, por fim, crucificando o Salvador. A religião abafando a Graça, homens dominando com impiedade o que fora dado para denúncia do pecado e meio de vida para o povo de Deus: a Lei.
O problema não é passado. Nunca foi tão presente. O mecanismo religioso domina por meio da culpa, da ganância e do medo. Líderes, padres, papas, profetas e profetizas muitas vezes deixando de cumprir o papel de pastorear o rebanho do Senhor e se revelando como lobos, como já denunciado por Jesus em João 10.10.
Em tempos em que o coração humano anda confuso e desesperado, precisamos de líderes piedosos que orientem segundo a Palavra de Deus. Homens e mulheres de Deus que não usem da proeminência como dominadores ou usurpadores do povo, mas antes sejam exemplo. E não esqueçamos das palavras de Tiago, irmão do Senhor:
“A religião pura e sem mácula, para com o nosso Deus e Pai, é esta: visitar os órfãos e as viúvas nas suas tribulações e a si mesmo guardar-se incontaminado do mundo.” (Tg 1.27)
Pr. Bruno Barroso • Pastor Auxiliar