QUEM DISSE QUE ‘12 É DEMAIS’?
A arte imita a vida, ou a vida imita a arte? Na Oitava Igreja, hoje com mais de 6 mil membros, temos inúmeros exemplos de que ambas as afirmativas são amplamente viáveis. Histórias que renderiam belos roteiros para o cinema, e outras que parecem ter sido inspiradas por um grande clássico da sétima arte. Se para Hollywood, “Doze é demais” – filme de 2003, que conta a história de um casal, pai de 12 filhos –, para um membro da Oitava, uma dúzia é muito pouco. O almoxarife Davi Berto, de 28 anos, tem nada mais nada menos que… 47 irmãos!
É que sua mãe, Célida Berto, recebeu uma promessa quando ainda era pequena: “Você será mãe de muitas pessoas”. Então, segundo Davi, ela cresceu com isso na cabeça, foi para a universidade, formou-se em Assistência Social e começou a adotar. “Antigamente era mais fácil [adotar], não havia fila de espera. Ela foi adotando, adotando, até parar nos quarenta e oito”, relata. Quando ainda era mãe de “apenas” 19 meninos e meninas, Célida já mantinha um projeto, uma casa-abrigo, onde cuidava dessas crianças, todas órfãs. “Minha mãe já havia adotado 19 filhos quando conheceu meu pai (Gledson Braga), que se apaixonou pelo projeto e decidiu apoiá-lo, e juntos continuaram o trabalho”.
Assim, a família foi crescendo, crescendo, e todo dia 05 de setembro os irmãos Berto têm um ótimo pretexto para enviar mensagens e telefonar uns para os outros. É que nessa data, aqui no Brasil, é celebrado o Dia dos Irmãos! Quando um deles faz aniversário, então… o grupo da família no “zap” deve pipocar! “Nos damos muito bem, graças ao Senhor. Crescemos juntos, tivemos a mesma educação. Éramos muito pequenos, então fomos criados da mesma forma. Somos muito próximos, muito amigos, e sempre que dá a gente se encontra”, conta Davi.
Ele garante que nem mesmo a distância e os vários afazeres do dia a dia são capazes de afastá-los. “Tenho irmãos espalhados por todo canto. No Sul [do Brasil], em São Paulo e até nos Estados Unidos. [Apesar das diferentes localizações geográficas] Somos muito unidos! Natal, Ano-Novo, Dia das Mães, Dia dos Pais, aniversários, a gente sempre se reúne. É um apoiando e defendendo o outro”. Os irmãos já seriam um ótimo exemplo só pelo fato de se amarem e se respeitarem. Mas eles vão além. De acordo com Davi, “todos são cristãos, acreditam no Senhor”.
A fé em Cristo é uma herança repassada em vida pela matriarca – mulher de fibra e de muita oração – e seu marido, Gledson. Os dois não só acolheram os 48 filhos como os instruíram a seguir o caminho da Verdade, tendo a Palavra como regra de fé e prática, e sempre fazendo da oração a principal arma contra quaisquer adversidades. Um episódio, inclusive, não sai da mente do jovem:
“Certa vez, minha mãe estava preparando o nosso almoço, e por serem muitas crianças, era muita comida, e havia acabado as coisas na despensa, porque ela tinha feito o almoço e não tinha nada para a janta. Lembro que minha mãe entrou para o quarto dela, colocou os joelhos no chão e clamou ao Senhor: ‘Deus, isso aqui é plano do Senhor; foi o Senhor quem colocou esse sonho no meu coração; e certamente não vai faltar nada para os meus filhos. Eu não tenho o que dar de comer a eles, mas quem me sustenta é o Senhor, e eu vou confiar’. Lembro perfeitamente que, quando ela acabou de orar, pararam duas kombis na frente da minha casa, cheias de alimentos. A despensa ficou lotada!”.
E de milagre em milagre, cobertos pelas orações dos pais e guiados pelo Senhor Jesus, Davi e os irmãos cresceram, e hoje são prova de que, se para uns, 12 é demais; para eles, 48 é o número ideal.
Ao centro, os pais: Gledson e Célida; à esquerda, de camiseta listrada, Davi Berto; e ao redor, uma parcela de seus 47 irmãos.