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Estudos e artigos

PRECISAMOS PROTEGER NOSSAS CRIANÇAS!

Acostumados a negar fatos que não vemos, aquilo que desconhecemos fica distante de nós. Há atrocidades no mundo e acontecimentos que nos assustam. A maldade humana não tem limites. O pecado destruiu no homem a imagem de Deus e fez do ser humano besta-fera. 

Ainda nos assustamos com a violência, a corrupção, a escravidão e a fome, porém, entorpecidos pelo tempo, logo esquecemos dessas dores e seguimos cauterizados como se não tivesse havido. Como os anúncios da televisão que aparecem logo após cenas chocantes de guerra. 

Das coisas que às vezes distantes de nós parece que nem mesmo acontece está o sequestro de pessoas e o tráfico sexual infantil. Distante até sabermos de um vizinho, amigo ou parente que sofre com o sumiço de um dos seus. Temos comunidades de mães e pais com filhos perdidos, que enchem as redes sociais e os postes com anúncios de “procurado”. 

Destes, quando tratamos de sequestro e tráfico humano, um em cada três são crianças. Elas representam 22% das vítimas de tráfico de seres humanos. Mais da metade (64%) das crianças vítimas desse crime são utilizadas para fins de exploração sexual.  

Os números do tráfico humano são alarmantes e os indicadores sobre o abuso sexual infantil são assustadores. Trabalho escravo, venda de crianças, sequestro, redes de crimes. Os relatos que envolvem o tráfico de crianças trazem à mente humana espanto e negação. Demora-se a acreditar que tais coisas acontecem no mundo de hoje. 

A denúncia feita pelo filme Som da Liberdade (Sound of Freedom) gerou comoção e negação. Apesar de se tratar de uma história real, a abordagem do filme foi tratada por muitos como um veículo para teóricos da conspiração. “Filme polêmico trata sobre ex-agente governamental lutando contra rede de pedofilia”. Ao buscar pelas chamadas, um questionamento nos vem. Por que filmes que denunciam a matança de elefantes africanos não são tratados como “polêmicos”, e Som da Liberdade o foi? Por que taxar como teoria da conspiração um relato factual de pedofilia? 

A pornografia infantil cresceu assustadoramente e as denúncias são de redes da “deep web” gerando milhares de dólares em cima das imagens, que são buscadas por gente criminosa e doente. Apenas em 2022, tivemos no Brasil 111.929 denúncias desse tipo de veiculação pornográfica. Sequencialmente, de 2022 para 2023, o aumento foi de 70%. 

Unido a isso temos redes de crime organizado e um mercado que roda dinheiro e organizações no mundo todo. É uma trama. A pergunta é: se temos as imagens, se os fatos são comprovados, por que a negação? Por que muitos insistem em descuidar do tema e colocar de lado um assunto tão importante para a defesa das crianças? 

É um assunto dolorido e o normal para o enfrentamento da dor é a negação. O recalque dos fatos faz com que a mente suporte um nível tão alto de violência. Os que sofreram abusos tentam abafar o caso por vergonha ou medo. Assim não há denúncia e o impedimento de novos crimes. Pais e mães precisam aumentar o grau de vigilância e estender as redes de proteção. Não estamos apenas ameaçados nas ruas violentas do país. Os campos digitais e as redes sociais viraram uma ameaça tão perigosa quanto o doce oferecido por um estranho. Todo cuidado é pouco. 

Nós, crentes em Cristo, não podemos deixar de lado a verdade que nos diz que “todos caíram e foram destituídos da glória de Deus”. Esse é o tamanho da lacuna. A maldade, sem o limite da Lei de Deus, faz do homem animal cheio de desejo pecaminoso.  

Temos que incluir na educação das crianças a sexualidade, a defesa da infância, a proteção contra o abuso e o saber se conduzir neste mundo que jaz no maligno. A Igreja de Cristo é parte responsável dessa defesa. Deus nos chama a proteger nossas crianças. 

– Pr. Bruno Barroso – Pastor Auxiliar