POR QUE TANTOS RELACIONAMENTOS ABUSIVOS?
Pessoas abusivas frequentemente são, elas mesmas, sobreviventes de abuso. O comportamento abusivo pode variar desde o abuso emocional, verbal, até o físico e sexual. Frequentemente, uma pessoa abusiva emocionalmente é também abusiva verbalmente ou uma combinação de todos os tipos acima. Relações abusivas são caracterizadas por jogos de controle, violência, ciúmes, abstinência sexual e frieza emocional.
A vítima mais comum de abuso emocional é um cônjuge, uma criança, um liderado ou um amigo que ama o agressor e não quer se afastar da situação.
O relacionamento abusivo é uma escolha e é um comportamento aprendido. Há pessoas que sentem prazer em abusar, enquanto que outros sentem prazer, inconsciente, quando abusadas. Por esses motivos, é difícil dizer que o relacionamento abusivo é causado por um único fator. No entanto, as seguintes crenças e atitudes são comuns para os agressores:
– Senso de direito;
– Crença de que podem exercer poder e controle sobre as pessoas;
– Crença de que não serão punidos;
– Crença de que suas vidas devem ter prioridade.
Essas e outras crenças egoístas são resultados da queda do homem.
O mundo em que vivemos hoje não é o mundo muito bom que Deus criou (Gn 1.31). A desobediência de Adão em relação a Deus trouxe várias mudanças significativas que afetam não apenas todos e cada um de nós, mas também a criação.
Um dos efeitos imediatos da Queda foi a separação da humanidade e Deus. No Jardim do Éden, Adão e Eva tinham perfeita comunhão com Deus. Quando se rebelaram contra ele, essa comunhão foi quebrada.
Por causa da Queda, a morte tornou-se uma realidade e toda a criação está sujeita a ela. Todos os homens morrem, todos os animais morrem, toda a vida vegetal morre.
Um outro efeito da Queda é que os humanos perderam de vista a finalidade para a qual foram criados. O propósito principal do homem e o maior objetivo na vida é glorificar a Deus e desfrutar dele para sempre (Rm 11.36, 1 Co 6.20, 1 Co 10.31, Sl 86.9).
Quando Adão escolheu rebelar-se contra o seu Criador, ele perdeu a sua inocência, incorreu a pena da morte física e espiritual, e sua mente foi obscurecida pelo pecado, assim como as mentes de seus sucessores.
A Queda produziu no homem um estado de depravação. Paulo falou daqueles “cujas consciências estão cauterizadas” (1 Tm 4.2) e aqueles cujas mentes estão espiritualmente escurecidas como resultado de rejeitar a verdade (Rm 1.21). Neste estado e longe da graça divina, o homem é absolutamente incapaz de fazer ou escolher aquilo que é aceitável a Deus. “Porquanto a inclinação da carne é inimizade contra Deus, pois não é sujeita à lei de Deus, nem em verdade o pode ser” (Rm 8.7).
As forças sociais também desempenham um papel central na formação dos valores e atitudes de um agressor, além de criar um ambiente em que o comportamento abusivo é recompensado e impune. As seguintes forças sociais podem contribuir para a decisão dos agressores de abusar:
Identidade do papel de gênero – Definições limitadas de “comportamento masculino apropriado” que glorificam a agressão, a violência e o domínio.
Família – Mensagens de que os homens devem ter o poder e tomar decisões em uma família e/ou em um relacionamento íntimo (por exemplo, “a casa de um homem é o seu castelo”).
Mídia – Retratos de mulheres como objetos; glorificação da violência e sexo violento, coagido e não consensual; limitados papéis masculinos e femininos.
Grupo de colegas – Pressão social para se conformar com uma definição limitada de masculinidade, que se centra na desvalorização das mulheres.
Esportes – Competição, agressão e domínio são elogiados. Os colegas de equipe que demonstram comportamento sexista e/ou abusivo não são responsabilizados.
Impunidade – Muitos autores não enfrentam repercussões negativas por suas atitudes sexistas e comportamentos abusivos. Se eles são desafiados, suas desculpas são aceitas (por exemplo, culpar o comportamento pelo uso de álcool, estresse ou ser provocada pela vítima).
Sem a regeneração sobrenatural do Espírito Santo, todos os homens permaneceriam em seu estado caído. Entretanto, na sua graça, misericórdia e bondade, Deus enviou o seu Filho para morrer na cruz e tomar sobre Si a penalidade do nosso pecado, reconciliando-nos com Deus e possibilitando a vida eterna com ele. O que foi perdido na Queda é recuperado na Cruz.
É necessário que o homem se reconcilie com o seu Criador para que possa viver em harmonia consigo e com o semelhante.
Pr. Roberto Santos · Pastor Auxiliar