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Pr. Jeremias

POR QUE É NECESSÁRIO ORAR?

Tenho sido arguido por diversas pessoas com a seguinte questão: Deus é soberano. Se Deus é soberano, por que eu devo orar? Qual é o lugar da oração no plano de Deus? Se Deus é soberano, e na sua soberania Ele envia o avivamento, onde, quando e do modo como Ele acha conveniente, por que então a igreja deve orar? A oração da Igreja fabrica o avivamento?

A Bíblia afirma que Deus é soberano e imutável: “Porque eu, o Senhor, não mudo” (Malaquias 3.1). Sabemos que ninguém pode manipular Deus com suas orações ou com suas ações. Também devemos lembrar que ninguém consegue penetrar na plenitude do que significa essa frase (Deus é soberano e imutável). 

Por outro lado, as Escrituras reiteradas vezes nos ordenam a orar: 

Orai sem cessar.” – (I Tessalonicenses 5.22);

Clama a mim e responder-te-ei, anunciar-te-ei coisas grandes e ocultas que não sabes.” – (Jeremias 33.3);

Buscai e achareis.” – (Mateus 7.7);

Orando em todo o tempo com toda a oração e súplica no Espírito.” – (Efésios 6.18).

Ninguém conhecia mais o que significa “Deus é soberano” do que o Senhor Jesus, e no estudo dos evangelhos descobrimos que o Senhor, “tendo se levantado alta madrugada… orava.” (Marcos 1.35); “Naqueles dias retirou-se para o monte a fim de orar, e passou a noite orando a Deus.” (Lucas 6.2). No Getsêmani, “Ele, de joelhos orava.” (Lucas 22.41).

Encontramos o apóstolo Paulo compartilhando com as igrejas em todas as suas cartas seu compromisso e peso de oração pela Igreja de Deus. Uma vez ele disse que se recomendava como ministro de Deus, “nas vigílias, nos jejuns” (II Coríntios 6.5).

No Antigo Testamento, os exemplos são diversos e encorajadores:

Josué orou e o sol parou – (Josué 10.12-15);

Elias orou e o fogo desceu – (II Reis 18.36-38);

Eliseu orou e o filho da sunamita ressuscitou – (II Reis 4.32-37);

O Rei Asa orou e Deus operou grande libertação – (II Crônicas 14.9-12);

O Rei Ezequias estava com a morte já estabelecida e orou ao Senhor, e Deus lhe acrescentou mais 15 anos – (Isaías 38.9-21).

Na história da igreja, temos visto que épocas de avivamento e de grandes manifestações de poder espiritual são épocas em que a igreja se consagra ao jejum e à oração. Homens que marcaram a história da igreja como sendo poderosos instrumentos nas mãos de Deus – como Lutero, Calvino, Jonathas Edward, Finney, John Wesley, Charles Spurgeon, Moody, F.B. Meyer, A.W. Tozer, R.A. Torrey, Simonton – oravam e criam nas promessas d’Ele a respeito da oração.

Deus estabeleceu a oração como um dos instrumentos para conhecermos a Sua vontade. Algumas realidades só serão alcançadas e conquistadas pelos que de fato creem que Deus responde às orações e oram: “Nada tendes porque não pedis” (Tiago 3.2). 

Podemos invadir aquilo que é impossível aos nossos olhos mediante a oração. A promessa bíblica afirmava que após 70 anos o povo de Deus seria restaurado do cativeiro babilônico (Jeremias 29.10; Daniel 9.2), e Daniel colocou-se de joelhos para que Deus restaurasse a nação cumprindo a sua promessa. Deus libertou o Seu anjo para que a resposta finalmente chegasse a Daniel, e toda a nação foi abençoada porque um homem entrou na brecha (Dn 9.20-23).

Se Deus elegeu todos os que vão se salvar, porque devo eu evangelizar? 

Resposta rápida: Porque é Deus quem sabe quem são Seus eleitos, e não nós. A nós, cabe chamar os eleitos pela pregação do Evangelho. “Todo que vem a mim de maneira nenhuma lançarei fora” (João 6.37). Finalmente, Deus é responsável pela contabilidade, e nós cuidamos do departamento de promoção e relações públicas.

Sabemos que Deus é soberano e imutável. Sabemos também que dentro da Sua soberania e imutabilidade, ordenou que orássemos para que, pela fé, tomássemos posse das promessas e arrancássemos das garras de Satanás a propriedade de Deus, redimida pelo sangue da cruz do Seu Filho.

 Não há avivamento sem oração”.

Igreja que não ora, não cresce espiritualmente”. 

Pouca oração, pouco poder. 

Muita oração, muito poder. 

 

– Pr. Jeremias Pereira – Pastor Titular