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PODEMOS TE AJUDAR?

Quarta-feira, normalmente, é o dia em que o cansaço gerado por conta dos afazeres passa a ser sentido de maneira intensa, e o anseio pelo final de semana começa a despertar. Uma turma, porém, deseja a chegada da quarta como se ela fosse a mais aguardada das sextas-feiras: são os frequentadores do GAP – Grupo de Apoio a Familiares e Dependentes Químicos, realizado semanalmente na Oitava Igreja, em parceria com a AWISO (Associação Beneficente Wilson de Souza).

Atualmente, uma equipe formada por três psicólogos – Ruth Dantas, Eliana Ribeiro e Sérgio Carneiro – ouve, aconselha e propõe atividades pedagógicas a homens e mulheres de variadas idades, a fim de ajudarlhes a lidar com a dependência química ou com algum membro da família que esteja nesta situação. Coordenadora do grupo, Ruth explica que o projeto visa ajudar especialmente os familiares de dependentes, “de forma a beneficiar a reconstrução de laços familiares fragilizados ou extintos”.

É um trabalho, segundo ela, que favorece não somente o seio familiar, mas toda a comunidade, uma vez que, modificando atitudes pessoais, se modifica todo o contexto ao redor. “O grupo teve início há 14 anos, sob a coordenação da assistente social Anamélia [Silva de Avelar], a partir de uma inquietação em relação a alguns jovens que se tornaram moradores de rua em função da dependência química, como também de pessoas conhecidas que se envolveram com drogas. Com isso, formou-se uma equipe de facilitadores, cujo objetivo seria ajudar os familiares e dependentes no enfrentamento da compulsão”, conta.

Em uma das salas do terceiro andar da Oitava, cadeiras em círculo e uma mesinha ao centro. Biscoitos, bolo e suco à espera dos participantes, que, a partir das 19h, começam a chegar. Todos se acomodam, e um dos psicólogos pergunta: “Como está sendo a semana de vocês?”. Entre um relato e outro, confissões, questionamentos, desabafos, conselhos, sorrisos e, vez por outra, lágrimas. Tudo isso sob os olhares atentos e as ponderações dos três profissionais.

Problemas e desafios gigantescos, que inicialmente pareciam muralhas intransponíveis, vão se tornando fardos um pouco mais leves a partir do compartilhamento das aflições e dos olhares ternos e afetuosos. Essa dinâmica foi fundamental para que um homem, prestes a completar 50 anos de idade, não desistisse de viver. Robson da Silva, hoje com 52 anos, relembra: “Cheguei ao GAP por meio da minha mãe. Eu me encontrava totalmente desesperado, desiludido, deprimido, disposto a acabar com a minha própria vida”.

Robson chegava a beber dois litros de álcool por dia. A partir dos encontros, porém, ele percebeu que havia esperança para si. “Por meio das palavras dos psicólogos e da troca de experiências com as outras pessoas, enxerguei que havia saída. Vi que aquelas pessoas se preocupavam comigo e, até então, eu achava que ninguém se importava”, relata. Sua mãe também recebeu todo o apoio necessário.

“Me indicaram uma casa de recuperação, onde fiquei em tratamento durante seis meses. Neste lugar, tive um encontro com Deus e minha vida foi completamente transformada. Me tornei monitor, estudei gastronomia e, na sequência, fiz um curso de panificação, passando a ser também instrutor. Já são três anos aqui, atuando como voluntário. E tudo começou na Oitava Igreja, no GAP”, conta, com orgulho, o agradecido Robson.

Deseja conhecer o GAP? Está precisando de ajuda ou sabe de alguém que luta (direta ou indiretamente) contra a dependência química? Não hesite. Faça uma visita! Quarta-feira, às 19h, aqui na Oitava. Lembre-se de orar para que o Senhor Jesus continue abençoando esta iniciativa e para que mais vidas sejam transformadas. Entre em contato com a AWISO e participe: 3426-3562.