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PÁSCOA OU SEMANA SANTA? O QUE CELEBRAMOS?

A Semana Santa está aí, um final de semana que, por causa da pandemia do Covid-19, está com cara de qualquer coisa, menos de feriado. Em alguns lugares, especialmente no interior, ainda se observa o costume de, em praças públicas ou em frente à matriz da Igreja Católica, a Paixão de Cristo ser encenada com atores amadores, como ponto alto das comemorações. Em outros lugares, encenações de musicais de Páscoa são realizadas, dando um toque artístico mais contemporâneo à iniciativa.

Mas, afinal de contas, o que a Semana Santa tem de ligação com a Páscoa? Não seria essa última uma festividade judaica? O que celebramos, afinal?

Sim, a Páscoa é originariamente uma celebração israelita, na qual o Deus de Israel determinou que o povo liberto do Egito por Moisés, e seus descendentes a partir daí, realizassem uma cerimônia que celebrasse esse momento da libertação. Ela seria feita com uma refeição cujo componente principal é um cordeiro de um ano, sem defeito, imolado ao cair da tarde, sem a quebra de seus ossos, acompanhado de outros itens, como pães sem fermento e ervas amargas. Esses elementos lembrariam o povo das agruras do tempo da escravidão e da forma como o Senhor os libertou, matando os primogênitos dos egípcios e poupando os israelitas, que pintaram os umbrais de suas portas com o sangue do cordeiro imolado (Êx 12).

A relação com Jesus é direta, pois Cristo foi morto em Jerusalém na sexta-feira da celebração da Páscoa (chamada depois de sexta-feira “da Paixão”, por ter sido o dia do sofrimento de Jesus), tendo sido visto por João Batista como “o cordeiro que tira o pecado do mundo” (Jo 1.29, numa ligação com Is 53). Assim, não demorou muito para que os cristãos entendessem a correlação e passassem a celebrar a Páscoa, não mais olhando para a saída física do Egito, mas para a libertação espiritual encontrada na fé em Jesus Cristo. Se, no Egito, o sangue do cordeiro os poupou da morte, para os que creem em Jesus seu sangue é o que “nos purifica de todo pecado” (1 Jo 1.7).

Em nossa cultura ocidental, costuma-se dar bem mais importância ao Natal, mas quando entendemos o significado da Semana Santa/Páscoa, não é difícil identificar que o que aconteceu naquela sexta-feira, há cerca de dois mil anos, tem um peso libertador e transformador para nossas vidas que não nos resta outra atitude senão celebrar, e muito!

Com feriado ou sem feriado, com pandemia ou sem pandemia, Jesus continua libertando pessoas da escravidão do pecado para uma nova, eterna e abundante vida. Para experimentá-la, basta dar um passo de fé em direção à Cruz. O resto, Jesus já fez.

Pr. Luís Fernando Nacif Rocha • Pastor Auxiliar