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Estudos e artigos

OS DOIS DEVEDORES (LUCAS 7.40-43)

Poucas coisas são mais constrangedoras do que dever alguém. É uma situação muito desconfortável. Estar em dívida significa que estamos em falta, seja financeiramente ou moralmente. Na administração da vida é impossível não contrair dívidas. Toda conta que recebemos é, de alguma forma, uma dívida que temos. Algo que foi consumido, um serviço contratado, impostos obrigatórios… são dívidas que precisamos encarar. Ao pagar as nossas contas em dia, cumprimos a nossa obrigação, mas, se por algum motivo não pagamos, nos tornamos devedores que serão punidos com juros, correções e multas. O problema é que as dívidas, por causa das multas e juros, podem chegar ao ponto de tornarem-se impagáveis. É aqui que o desespero bate à porta e muitos chegam ao ponto de perderem a coragem para seguir adiante.

A parábola dos dois devedores fala exatamente de duas pessoas que tinham uma dívida impagável para a realidade deles. Não sabemos por que contraíram dívidas tão altas diante de suas condições. Será que deram um passo maior do que a perna? Ou experimentaram grandes necessidades que os obrigaram a contrair essa dívida? A parábola não aborda esses detalhes. O fato é que o credor (banqueiro), sabendo da condição de ambos, um devendo R$ 5 mil e outro R$ 50 mil, resolveu perdoar a dívida dos dois.

Essa parábola foi contada em uma circunstância específica. Jesus tinha sido convidado por um fariseu para jantar em sua casa, mas foi muito mal recebido. Simão não o cumprimentou com um beijo, nem ungiu sua cabeça com óleo e também não lhe concedeu uma bacia para lavar os pés, esses eram os costumes básicos de educação quando se recebia alguém em casa. Uma prostituta que foi ao local do jantar foi quem fez as honras que Jesus merecia. Ela, quebrantada e cheia de amor, lavou os Seus pés com as lágrimas, enxugou-os com os seus cabelos, derramou um perfume caro em Seus pés e os beijou repetidamente.

Essa cena foi reprovada no coração de Simão, por isso Jesus lhe contou a parábola dos dois devedores e ao final perguntou: Quem você acha que ficou mais agradecido pelo perdão da dívida? E Simão respondeu: o que mais devia, imagino. Jesus respondeu: você está certo, talvez você entenda agora o comportamento desta mulher, ela foi muito perdoada, por isso está muito agradecida. Essa pequena parábola, dentro do seu contexto, tem ensinamentos preciosos para nós. Vejamos alguns:

  1. TODOS SOMOS DEVEDORES – Em Romanos 3.23 está escrito que “todos pecaram”, ou seja, não escapa ninguém. Talvez você se considere uma pessoa boa ou conheça pessoas admiráveis, mas ainda assim, são todos devedores diante de Deus.
  2. NEM TODOS ESTÃO CONSCIENTES DA DÍVIDA QUE POSSUEM – Muitos continuam inconscientes da dívida que têm diante de Deus. Afinal, se acham pessoas boas, que não fazem mal a ninguém, não cometem erros que aos seus olhos sejam merecedores de punição eterna. É pela pregação do evangelho que anunciamos às pessoas a sua condição diante de Deus sem Cristo, são pecadoras e merecedoras de punição eterna. Devemos anunciar o evangelho com ousadia, certos de que os filhos de Deus serão convencidos pelo Espírito Santo quanto ao pecado, a justiça e o juízo (Jo 16.8). Eles se conscientizarão, assim como a mulher pecadora, e irão à Cristo.
  3. HÁ APENAS UMA MANEIRA DA DÍVIDA SER PAGA – Qualquer pessoa que busque meios humanos, místicos ou supersticiosos para pagar a sua dívida só irá aumentá-la. A dívida foi paga por Jesus na cruz e somente teremos este pagamento imputado ser crermos Nele e o confessarmos como nosso Senhor e Salvador (Rm 10.10-11).
  4. GRATIDÃO PLENA É A RESPOSTA NATURAL AO PERDÃO – Quem realmente compreende a obra da graça de Deus em sua vida não pode viver sem gratidão. E gratidão se traduz, necessariamente, em atos de generosidade e dedicação a Deus e ao próximo.

Lembre-se, a mulher pecadora foi até Jesus porque ouviu a sua fama. Portanto, divulguemos a todos, por onde passarmos, quem é Jesus!

Pr. Iury Guerhardt

Pastor Auxiliar