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Ficar endividado não é nada bom. Pelo contrário, é uma situação extremamente desconfortável. No contexto bíblico, o devedor, além de ter que lidar com as diversas pressões internas, corria o risco de ir para a cadeia ou entregar seus filhos para pagar a dívida ou se tornar escravo do seu credor. No entanto, existe também a alegria de conseguir pagar a dívida e ficar livre das pressões e preocupações. Agora, se já deve ser motivo de grande alegria poder pagar uma dívida, imagina como é quando alguém decide pagá-la por nós ou quando recebemos o perdão… É maravilhoso, não?! 

No evangelho de Lucas (7.36-50), o Senhor Jesus vive uma experiência inusitada. Ao ser convidado para jantar na casa de um importante religioso, um homem que se considerava melhor que os outros pecadores por ser bom, justo e santo, Jesus demonstra que a mensagem de salvação é para todas as pessoas, sem se importar com a condição social, aparência religiosa, estilo moral, etnia ou gênero. Mas esse homem não tratou o Senhor com a devida honra ao recebê-lo em sua casa.  

Como era de costume naquela época, os convidados eram recebidos pelo próprio anfitrião, que lhes lavavam os pés ou ordenava que seus empregados o fizessem, lhes davam um beijo de boas-vindas e derramava óleo sobre suas cabeças. Quando já estavam à mesa do jantar, o ambiente foi invadido por uma mulher pecadora que se lançou a chorar aos pés de Jesus, o beijava e derramava um valioso óleo perfumado sobre Ele. O anfitrião, religioso fariseu, ao ver aquela cena supôs em seu coração que o Senhor Jesus não sabia quem era aquela mulher, pois na sua mente era inconcebível ser tocado por um pecador e não ser contaminado. 

O Senhor Jesus é Aquele que conhece não apenas o comportamento humano, mas sonda e conhece os corações. Diante daquela cena, o Senhor conta uma parábola sobre dois devedores que tiveram suas dívidas perdoadas. Um deles devia uma pequena quantia, e o outro, um valor maior. E a grande lição é a seguinte: “aquele a quem pouco se perdoa, pouco ama.” (Lucas 7.47) 

A Bíblia ensina que todo ser humano já nasce com uma dívida impagável. Esse débito é transmitido a nós por herança. Quando os nossos primeiros pais, Adão e Eva, pecaram contra Deus, a natureza humana foi completamente afetada pela maldição do pecado, e a morte se tornou uma realidade irreversível para cada homem e mulher. Nesse sentido, todos nós somos igualmente devedores diante de Deus. “Não há nenhum justo sobre a terra que faça o bem e que não peque.” (Eclesiastes 7.20) 

1. Reconheça o tamanho da sua dívida – Não permita que sua religiosidade, sua boa teologia ou sua retidão moral lhe impeçam de enxergar o tamanho do dano que o pecado original causou em sua natureza. Esse era o sentimento do apóstolo Paulo, que se considerava “o principal pecador” (1 Timóteo 1.15-16). Nas palavras do teólogo C. S. Lewis: “Se o maior pecador que você conhece não é você, você precisa se conhecer”;

2. Demonstre mais amor e gratidão ao Salvador – Diferentemente do fariseu religioso, aquela mulher pecadora não perdeu a oportunidade de adorar ao Senhor Jesus publicamente. Ela não apenas derramou um perfume valioso sobre Ele, mas derramou a sua própria vida aos Seus pés. Com esse ato inusitado, no meio daquele jantar, essa mulher expressou seu profundo amor a Jesus e manifestou um coração cheio de gratidão por aquilo que recebera de Deus;

3. Desfrute do gracioso perdão que Cristo nos dá – Ele veio para salvar o que estava perdido. Ele é o bom médico que veio trazer cura aos doentes. Ele é o bom pastor que dá a vida pelas Suas ovelhas. Somente Ele tem poder para perdoar nossos pecados. “Então Jesus disse à mulher: — Os seus pecados estão perdoados.” (Lucas 7.48). O maior e mais valioso presente que podemos receber é o perdão dos nossos pecados.  

O Senhor Jesus entregou Sua própria vida para que pudéssemos ser verdadeiramente livres. Ele já pagou a nossa dívida, por isso, podemos viver uma vida abundante aqui e agora, cheia de alegria e paz, para a glória de Deus Pai! 

– Pr. Adelchi Rangel – Pastor Auxiliar