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Estudos e artigos

ORAÇÃO – EVIDÊNCIA DE DESEJO PELO AVIVAMENTO

“Oh! Se fendesses os céus e descesses! Se os montes tremessem na tua presença, como quando o fogo inflama os gravetos, como quando faz ferver as águas, para fazeres notório o teu nome aos teus adversários, de sorte que as nações tremessem da tua presença! Quando fizeste coisas terríveis, que não esperávamos, desceste, e os montes tremeram à tua presença. Porque desde a antiguidade não se ouviu, nem com ouvidos se percebeu, nem com os olhos se viu Deus além de ti, que trabalha para aquele que nele espera.” (Is 64.1-4)

O livro do profeta Isaías é o mais messiânico entre os profetas. Trata de diversos aspectos da vida e do ministério do Messias. O capítulo 53 é o que relata a morte de Jesus na cruz, de forma detalhada, sendo um texto que em parte nos traz sofrimento, por lermos a dor do nosso Salvador, mas que também nos traz esperança, pois percebemos como Deus tem o controle da história em suas mãos.

Como todo livro profético, Isaías tem uma mensagem de exortação para a nação. Seus capítulos iniciais destacam o pecado de Judá e o que viria de castigo sobre a nação, como consequência pelos seus atos de rebeldia.

Também há no livro uma palavra contra as nações inimigas e contra os falsos líderes. Porém, a partir do capítulo 61, até chegarmos ao capítulo final, 66, temos uma viva mensagem de esperança. Temos nos capítulos finais de Isaías e de Ezequiel as maiores mensagens de fé, esperança e alegria.

A nação que duramente foi castigada com palavras e acusações durante 60 capítulos, passa agora a ter uma mensagem de esperança: Jerusalém é a noiva do Senhor, Deus derrotará todos os inimigos de seu povo, Israel experimentará de verdade a bondade divina. E, então, chegamos ao capítulo 64.

Neste ponto do livro, os olhos do profeta estão cheios de esperança, e a certeza de um tempo de renovo está muito clara diante do servo de Deus. Isaías sabe quem é o Deus que ele serve e agora o seu desejo se volta para uma oração por avivamento. Os versos 1 e 2 revelam como o mundo é abalado pela presença de Deus, que incendeia a sua nação, que transforma o coração do seu povo. O verso 4 revela a esperança do profeta de ouvir e ver coisas que são ainda mais incríveis que os feitos de Deus no passado. Não se ouviu, não se percebeu, nem se viu um Deus tão poderoso, que ama tanto o seu povo.

O profeta abre o seu coração e ora, clamando a Deus por um tempo de restauração e de avivamento. Um avivamento que atinge toda a nação, das pessoas mais simples, passando pelos nobres e chegando aos sacerdotes, com o templo sendo transformado, e o culto voltando a ser de adoração a Deus.

Ao lermos o livro de Isaías, percebemos que para o profeta conseguir escrever com tanta paixão essas palavras finais, teve que passar pela dor do reconhecimento do pecado da nação e pela necessidade gritante: todos precisavam de reconciliação com Deus e uma volta completa para as Escrituras.

O avivamento que o profeta buscava nos capítulos finais não era uma simples manifestação do poder de Deus e a realização de feitos sobrenaturais de impacto superficial. O profeta tinha bem vivo em sua mente e em seu coração que o avivamento genuíno era a única alternativa para a nação. Por isso o seu clamor é descrito de forma tão apaixonada. Quando leio, parece que o profeta escreve estas palavras em prantos. As lágrimas, apesar de não serem vistas, são percebidas. Sua dor é compartilhada e sua esperança é difundida.

Este mesmo desejo deve tomar conta dos nossos corações quando oramos por avivamento. Temos que ter a noção clara de que o avivamento é a nossa única esperança de real transformação. Precisamos orar pelo avivamento, mas antes, devemos desejar com todas as nossas forças que Deus quebrante verdadeiramente os nossos corações e que, assim, quebrados e quebrantados, tenhamos nossa fé renovada e nossa esperança acesa, na certeza de que Deus fará em nossos dias um grande avivamento.

Pr. Eduardo Borges – Pastor Auxiliar