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“Onde eu via dificuldade, hoje eu enxergo oportunidades”

Líder da capelania prisional da Oitava relata sua experiência à frente do ministério

Estive preso, e vocês me visitaram” (Mateus 25.36). Há três anos, um ministério tem posto esse versículo em prática, literalmente falando. É o Erguer, composto de membros da Oitava e coordenado pelos pastores Eloizio Coelho e Israel Abreu. Tudo começou em abril de 2019, quando Elayne Ferreira (38), atual líder, deu início à formalização do projeto, startado um pouco antes pela irmã Andrea Paixão, que deixou a Oitava para atender a um chamado pastoral em outra congregação. De lá para cá, foram inúmeras visitas a unidades prisionais e centros socioeducativos de Belo Horizonte.

Inicialmente, o grupo era um dos oito braços do Ministério de Integração, também comandado pelo Pr. Eloizio. A partir deste ano, porém, o Erguer passou a ser um ministério individual, a fim de abranger outros projetos dentro da mesma perspectiva: alcançar indivíduos privados de liberdade. São duas frentes de atuação: a primeira, voltada para os presídios; e a segunda, que tem como foco os centros socioeducativos (para menores de idade), cujo responsável é o Pr. Israel.

Por tratar-se de um trabalho bastante amplo, os evangelistas recebem apoio de outros grupos de colaboradores da Oitava, como: Awiso (Associação Beneficente Wilson de Souza), Déboras, Integração, Ministério Infantil, JOCUM, Vocacionados, além de profissionais que se dispõem a ajudar. Elayne conta que as visitas duram, em média, duas horas. “No presídio Dutra Ladeira, por exemplo, as visitas são semanais, toda sexta-feira. Em São José de Bicas 1 e no Presídio das Gestantes, as visitas acontecem uma vez ao mês”, explica.

De acordo com ela, os resultados desse trabalho são um combustível para que ele continue sendo realizado.Deus tem nos dado o privilégio de ouvir muitos testemunhos, o que acaba nos encorajando”. Certa vez, ela revela, um preso a questionou, “muito emocionado”, após a realização do culto em um dos presídios: por que vocês não vieram antes? “Isso cortou meu coração. Também já ouvimos alguns presos contarem que passaram a dormir a noite toda depois da visita da semana anterior. Outro rapaz nos contou que, depois que oramos para ele ser liberto do vício, ele chegou a passar mal quando tentou fumar novamente”.

Ainda segundo Elayne, outros obtiveram respostas sobre o alvará de soltura que estava “travado”; e outros receberam o conforto do Espírito Santo quando estavam ansiosos. “Enfim, são muitos testemunhos, e isso alegra muito o nosso coração. Talvez não devesse, mas muitas vezes fico surpresa com o que o Senhor tem feito. Vale muito a pena cumprir esse chamado e ver o agir d’Ele”.

Quando se trata de capelania prisional, o objetivo é ser instrumento nas mãos do Senhor, para que Ele transforme a vida dos encarcerados. Porém, a transformação pode ocorrer também na alma daqueles que se dispõem a levar a Palavra até eles.Eu era o tipo de pessoa que, sempre que alguém, em um sinal de trânsito, chegava perto do meu carro para oferecer alguma coisa, eu ficava muito tensa”, relata Elayne. “Hoje, é até engraçado ver como o meu coração se alegra e se abre quando me deparo com pessoas que parecem estar fora desse nosso sistema social tradicional”, completa.

Onde antes ela via dificuldade, hoje ela enxerga “oportunidades, livramentos e propósito”. Para mais informações sobre o Erguer, basta clicar aqui para ser direcionado à página do ministério, onde contém todos os detalhes. Caso deseje apoiar essa iniciativa, procure o Ministério de Integração, ou o Pr. Eloizio, ou o Pr. Israel, e lembre-se: um ser humano privado de liberdade, por pior que possa parecer, ainda é um ser humano e, consequentemente, filho do Criador.