OLHAR PARA O PASSADO COM GRATIDÃO. OLHAR PARA O FUTURO COM ESPERANÇA
“Aqueles que não conhecem a história estão fadados a repeti-la.” (Edmund Burke)
Essa frase deve fazer-nos lembrar do motivo pelo qual celebramos os 500 anos da Reforma.
Sabemos da história da Reforma da Igreja. Uma história de Avivamento que trouxe a Igreja e o mundo a um novo nível de pensamento e fé.
Um novo nível de pensamento da humanidade, agora não mais cativo à tradição do sistema religioso que escravizava pessoas a uma mentalidade não bíblica. Ao mesmo tempo, trouxe a igreja a um novo tempo de fé e busca a Deus por meio das Escrituras.
A Reforma Protestante encerra uma fase da era medieval obscura que impedia a Igreja de ter livre acesso a Bíblia e fazia civilizações inteiras relacionarem-se com Deus e com a fé por meio do medo e da ganância.
A relação de barganha e venda de indulgências, absurdo de venderem a salvação por moedas que tiravam as almas do purgatório, fez homens de Deus protestarem contra o distanciamento da pregação da Igreja da centralidade da Pessoa de Cristo. Por isso, o Solus Christus.
A volta às Escrituras como única regra de fé e prática, e não mais a tradição da Igreja Romana, fez a igreja composta de homens simples ter acesso à vontade de Deus sem intermediação da hermenêutica falida dos clérigos da época. Por isso, o Sola Scriptura.
A salvação, portanto, foi novamente trazida ao seu sentido original: a Graça de Deus, não mais o mérito do homem, que nada pode fazer para salvar-se. Por isso, o Sola Gratia.
O elemento que Deus contempla no homem, dado também por graça, é a fé. Nada de nascimentos nobres, compras de títulos nem mesmo riquezas poderiam nos justificar perante Deus. Por isso, o Sola Fide.
A Deus toda honra sempre. A homem algum a glória. Nem mesmo à própria Igreja louvor algum. Muito menos à pessoa do Papa, que não substituiria a pessoa de Cristo, pois só há um Sumo Sacerdote. Por isso, Soli Deo Gloria.
Devemos retornar a esta história e continuar levantando estas bandeiras fincadas na memória da Igreja para que não repitamos os erros do passado.
A Igreja caminha adiante e temos esperança concreta de que Deus continuará nos levando a bom termo. Mesmo tendo novamente a venda de indulgências virtualmente; mesmo tendo não somente as sucessões papais, mas agora, também, os apóstolos midiáticos e mesmo sofrendo as tentativas de indulgências modernas seguiremos vencendo, pois o Espírito nos guia a toda verdade.
Continua o tempo de voltarmos às Escrituras sabendo que o anúncio está de pé. Cristo voltará para buscar a sua Igreja. Já estamos no futuro. As promessas e profecias se cumprem. Fazemos e vemos coisas nunca antes imaginadas, porém, o homem continua o mesmo.
Precisamos trazer a alma humana ao elementar, pois mesmo com a mente alcançando inovações tecnológicas, dominando a física e descobrindo a cura para enfermidades diversas, continuamos sem possibilidade de resolver nosso maior mal, o pecado.
Ora estamos em um filme de ficção científica, ora estamos em um apocalipse zumbi, porém a mensagem de salvação continua tendo somente uma fonte: a Bíblia.
Mesmo com tantas novidades e com muitos poderes alcançados, continuamos tendo a salvação única e exclusivamente por Graça. Quando Deus olha para nós hoje, só temos a Fé em Cristo para nos justificar. Não temos outro Salvador nem nunca teremos. Somente Jesus é o intermediador entre Deus e os homens. E para tudo isto, após toda esta obra, devemos dar toda a glória a Deus.
Seja nos tempos passados, seja nos vindouros, uma coisa atemporal permanece: o sangue de Jesus tem poder.
Pr. Bruno Barroso
Pastor Auxiliar