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Estudos e artigos

O generoso Deus nos deu o valor do serviço

Beira de praia, uma brisa refrescante, nada para fazer além de receber de tempos em tempos, da mão de um prestativo garçom, uma água de coco bem geladinha. Quem não gostaria de estar, neste exato momento, num lugar como este? Quem não gostaria de ficar, assim, “de papo pro ar”, sendo simplesmente servido? Aliás, quem não gosta de ser servido?
Se pararmos para pensar um pouco, o desejo de ser servido move muita coisa no mundo. Se somos empregados, queremos ser promovidos para algum cargo superior, almejando mandar mais e trabalhar menos. Se somos donos de nosso próprio negócio, queremos prosperar a tal ponto que nossa empresa passe a gerar recursos suficientes para não precisarmos mais aparecer no trabalho. Daí vamos “velejar pelo mundo”, às custas dos dividendos.
Se este sentimento é tão comum à raça humana, por que seria diferente na Igreja? E, por incrível que possa parecer, não é. A vontade de ser servido está ligada à vontade de se sentir mais importante que os outros, afinal de contas, os menores servem os maiores. O próprio Jesus lutou contra esta mentalidade dentro de seu círculo de discípulos(veja Marcos 10:35-45; Mateus 20:20-28). João e Tiago, com uma pequena ajudinha da mãe, pleitearam um lugar ao sol, junto a Jesus, no Reino dos Céus: “Manda que, no teu reino, estes meus dois filhos se assentem, um à tua direita, e o outro à tua esquerda”. Os outros discípulos logo se indignaram, afinal de contas, quem esses dois achavam que eram para terem a primazia entre os demais?
Jesus, conhecedor das motivações humanas, e percebendo o mal que se alojava no coração de seus pupilos, tratou logo de cortá-lo pela raiz. “Chamando-os para junto de si”, tratou de mostrar a diferença: os imperadores e os maiorais exercem domínio usando de sua autoridade, mas no Reino de Deus as coisas funcionam de outro modo – o grande é aquele que serve. O que?!?!?!?! Isso, mesmo. Se quiser ser importante, sirva, ao invés de querer ser servido.
O termo usado por Jesus – diáconos/diaconia – apesar de carregar hoje uma conotação religiosa, indicava aquele que servia à mesa enquanto as pessoas comiam. É o trabalho daquele que abre mão de participar da reunião à mesa (ou talvez não fosse digno dela participar), para poder servir os que aproveitam da companhia uns dos outros e da comida. Ao invés de ser aquele que está sentado na espreguiçadeira, à beira da praia, Jesus nos chama para ser aquele que leva ao outro a água de coco geladinha.
A base para tudo isso? Uma só: “Pois o próprio Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate por muitos.” Ele, sendo o maior dos maiores, o Rei dos reis e o Senhor dos senhores, veio para nos servir. Se queremos ser seus discípulos, se queremos ser chamados “cristãos”, só nos resta uma alternativa: fazer o mesmo.
E à medida que servimos, percebemos que não há estilo de vida melhor.

Pr. Luis Fernando Nacif | prluis@oitavaigreja.com.br