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O Evangelho de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo é definido nas Escrituras como “o poder de Deus para a salvação…” (Rm 1.16). O termo, em seu significado original, quer dizer: boas novas, que foram enviadas pelo próprio Deus por meio da pessoa de Cristo. Jesus é, em si mesmo, a própria boa nova; sua vida, obra e ministério foram impecáveis; sua morte fora carregada de propósito bem definido pelas Escrituras; e sua ascensão gloriosa certificou cabalmente que suas afirmações eram verdadeiras.

A ressurreição de Jesus e todas as suas implicações diferenciam Cristo de todos os outros líderes religiosos vividos em todas as épocas, portanto, o Evangelho de Cristo é carregado de singularidade. Embora fosse humano como nós, não era simplesmente qualquer homem, sob quaisquer condições. Ele é o clímax do processo perene da autorrevelação de Deus na humanidade.

A mensagem proclamada que impactou o mundo poderosamente juntou pessoas de diferentes nações e classes sociais, e tem transformado gerações. Isso somente é possível pela Mensagem do Cristo ressurreto. Somente pela proclamação do Evangelho por meio da Igreja de Cristo, pelo poder do Espírito Santo, se promoverá a glória de Deus, a edificação da Igreja, a extensão do Reino de Deus e sua justiça, em toda a sociedade, inclusive no contexto empresarial.

Cada cristão, ou melhor, membro do corpo de Cristo, é – em potencial – um discípulo d’Ele e deve comportar-se como tal. Dentro de uma organização empresarial, seja empresário ou colaborador, o discípulo de Cristo deve obedecer ao seu chamado pelo qual foi designado, “…indo por todo o mundo e pregando o evangelho a toda a criatura.” (Mc 16.16)

O tempo que um cristão convive com pessoas dentro de uma empresa é provavelmente até maior do que em sua própria casa com sua família. Todavia, isso não lhe dá o direito de pregar a todo momento. Ele está ali para cumprir suas obrigações dentro de um horário estipulado, se não as fizer, será rotulado como inconveniente ou convidado a se retirar da empresa. O verdadeiro discípulo de Cristo deve receber a instrução de seu Mestre. Jesus disse em Lucas 6.40 que: “O discípulo não está acima de seu mestre; todo aquele, porém, que for bem instruído será como o seu mestre.”

Então, como cristãos, o que devemos fazer para proclamarmos a Mensagem transformadora, o Evangelho de Cristo, dentro de um contexto empresarial, sem ferir as normas do empregador? Alguns princípios úteis que podem facilitar a proclamação do Evangelho onde o cristão trabalha:

1) Obedeça e cumpra pelo menos as suas obrigações e atribuições que lhes foram dadas, demonstrando disposição e diligência ao cumprir (horários, zelo, cuidado com o patrimônio da empresa e com os colegas de trabalho);

2) Procure aprimorar cada vez mais a execução de seu trabalho. Sempre faça além daquilo que te pedem, dentro de suas habilidades. Se não as possui, busque formação para executá-las. Não seja um servo que faz somente aquilo que lhe foi mandado (Lc 17.10);

3) Falando em servo, sirva… sirva… sirva… do maior até o menor, independentemente de quem quer que seja. Jesus disse em Marcos 10.45 “…que não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate por muitos.” Não pode haver limitações ou imposições ao servir, nem tampouco buscar reconhecimento e exaltação pelo serviço prestado;

4) Tenha um posicionamento firme nos seus valores éticos e morais conforme as Escrituras, apesar de não serem propriamente o Evangelho, estão contidos dentro dele. Lembre-se, toda a sua vida é norteada pelo Evangelho de Cristo, dê o seu testemunho não somente em palavras, mas em ações palpáveis e concretas.

Os princípios elencados acima dizem respeito à sua vida e seu caráter, que essencialmente devem ser moldados por aquilo que você crê. Certamente, portas abrirão, oportunidades surgirão, barreiras cairão para a efetiva pregação do Evangelho.

Existem outros princípios estratégicos muito importantes que devem ser usados na pregação do Evangelho dentro de uma empresa, promovendo o Reino de Deus. Que são:

1) Seja atencioso, ouça as pessoas atentamente, crie empatia com os colegas de trabalho. As pessoas confiarão naquilo que você fala;

2) Crie relacionamentos propositalmente para a proclamação do Evangelho, pois nesse ambiente você terá liberdade para falar do Evangelho que transforma eternamente;

3) Ore pedindo ao Espírito Santo por salvação no seu local de trabalho, pois é Ele quem convence o homem “do pecado, da justiça e do juízo” (Jo 16.8);

4) Estude e medite na Palavra de Deus, pois você tem que ser convicto e saber explicar o que a Bíblia fala sobre: Criação – Queda – Redenção.

Quanto aos resultados, não se preocupe, é o Espírito Santo que convencerá as pessoas sobre a mensagem do Evangelho. Declare como Paulo em 1Co 15.3-4: “Antes de tudo vos entreguei o que também recebi: que Cristo morreu pelos nossos pecados, segundo as Escrituras, e que foi sepultado e ressuscitou ao terceiro dia, segundo as Escrituras.” Não cabe a nós julgar os resultados de aceitação ou não do Evangelho. A pregação não depende do grau de aceitação. Somos discípulos de Cristo e, como tais, nos foi dado o privilégio de pregar o Evangelho segundo as Escrituras. Então, apenas pregue.

Paulo, em 2Co 2.15, diz que “…nós somos para com Deus o bom perfume de Cristo, tanto nos que são salvos como nos que se perdem”.

Portanto, pregue a singularidade do Evangelho em seu trabalho, usando sua vida como testemunho e as estratégias que o Espírito lhe mostrar. Não tenha medo e nem dúvidas do Seu grande poder de transformação. E num alcance maior, por meio da proclamação do Evangelho em seu trabalho, famílias inteiras poderão render-se ao Senhor. Então, se você não tem feito, comece a fazer diferença em seu trabalho, seja um discípulo fiel a Cristo. As Escrituras recomendam: “Tu, porém, sê sóbrio em todas as coisas, suporta as aflições, faze o trabalho de um evangelista, cumpre cabalmente o teu ministério” (2Tm 4.5).

Lic. Milton Fernandes – Licenciado