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Estudos e artigos

O CRESCIMENTO SOB PRESSÃO

ATOS 8

A Igreja primitiva estava crescendo de forma maravilhosa; sinais e milagres testificavam as pregações dos apóstolos. Em um sermão, três mil pessoas entregaram suas vidas a Jesus, confessaram seus pecados e foram batizadas.

O autor de Atos, Lucas, registra que em um dia, com uma simples reunião de oração no templo, Deus operou maravilhas. Um homem de 40 anos que não andava foi curado de forma espantosa e, também, naquele mesmo dia, duas mil pessoas se juntaram à Igreja. Já imaginou um avivamento desses? Era uma pequena igreja e,  de repente, receberam mais de cinco mil novos membros!

O livro de Atos registra que todos estavam alegres, davam ofertas generosas, tinham boas conversas, visitas agradáveis e um irmão cuidava do outro. Esse era o clima entre eles.

Tamanho era o número dos novos seguidores de Jesus que as demandas pastorais aumentaram exponencialmente, a tal ponto, que a liderança resolveu fazer uma eleição de Diáconos para ajudarem a Igreja a avançar no cuidado com os irmãos, enquanto eles se dedicariam mais à pregação da Palavra. Homens admiráveis e crentes foram eleitos e deram sequência ao trabalho tão frutífero.

Esse era o cenário da Igreja de Jerusalém. Uma igreja convidativa sobre a qual todos comentavam. Puxa… poderia acontecer alguma coisa ruim a uma igreja dessas? A resposta é… Sim!

As perseguições, que eram tão comuns, se intensificaram; Pedro e João, pastores dessa igreja, foram presos com certa frequência e sempre ameaçados de morte pelos mesmos que condenaram Jesus.

Certo dia, um dos diáconos mais queridos, Estevão, homem cheio de fé e do Espírito Santo, foi acusado injustamente de blasfemo e levado ao Sinédrio, uma espécie de assembleia para ser julgado. E lá, na frente daqueles homens poderosos, ele pregou a mensagem do Evangelho com ousadia e coragem. Com o coração cheio de raiva, eles o pegaram à força, o expulsaram da cidade e, de forma cruel, o apedrejaram até a morte.

Um golpe duríssimo! A notícia não é isolada, pois Paulo, um dos líderes opositores da igreja, chefiava uma caçada ferrenha aos cristãos. Casas eram invadidas, homens e mulheres arrastados de suas próprias residências e levados para o cárcere. O pânico foi instaurado e não era seguro ser seguidor de Jesus.

Como uma Igreja suportaria tanta pressão? O que aparentemente seria o fim de uma linda história, na verdade foi um impulso para seu crescimento.

A verdade é que, momentos de sofrimento, pressão e perseguição nunca tiveram poder de abalar a Igreja do Senhor. Como o Senhor Jesus disse a Pedro: “…edificarei a minha Igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela” (Mateus 16.18). Deus é capaz de transformar tragédia em glória, e foi assim com a Igreja que fugia da sanguinolenta perseguição. Ela não recuou, ela avançou.

A dispersão da igreja na verdade foi uma multiplicação. Muitos permaneceram em Jerusalém, outros foram para Samaria, se espalharam por toda a Judéia e alguns foram para bem mais longe. Lucas registra que multidões, unânimes, não só ouviram, mas receberam a Palavra do Senhor.

Quem imaginaria que momentos de tanta pressão e dor seriam a principal ferramenta para dispensação do Evangelho da salvação para todos os povos?!

Até as forças mais horrendas das trevas fracassam frente à boa, agradável e perfeita vontade de Deus. O que era para ser o término de uma grande igreja se transformou no estopim do maior evento missionário da história do cristianismo e, consequentemente, para um crescimento – sem precedentes – da Igreja.

A história da Igreja nos ensina sobre nossas próprias dores. Não é verdade que as Sagradas Escrituras nos ensinam a nos alegrarmos mesmo em meio às provações? (Vide Tiago 1.2). Nem as mais duras provações têm poder para estancar a vontade de Deus. Sendo assim, até os dias de deserto e de aparente e interminável dor, certamente serão instrumentos de Deus para fortalecimento de sua vida e para o crescimento do Reino de Deus. Afinal de contas, o que é impossível para o homem, é possível para Deus! (Mateus 19.26)

Transforme suas lutas e pressões em crescimento, expectativa e impulso para o que Deus pode fazer na sua vida.Que diremos, então, à vista destas coisas? Se Deus é por nós, quem será contra nós?” (Romanos 8.31)

– Pr. Tiago Torres – Pastor Auxiliar