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Estudos e artigos

NOVA ALIANÇA – ESPERANÇA DE RENOVAÇÃO

Jeremias 31.31-34

Há frases que carregam um significado único em nossa cultura. A expressão “colocar o anel no dedo” significa casar-se, e o fato de os noivos trocarem os anéis que simbolizam a aliança do casamento tornou-se a evidência do fato. Apesar de, para a maioria de nós, aliança se resumir a esse anel que os casados usam na mão esquerda, biblicamente o termo é muito mais rico e importante do que isso. 

Para o povo de Israel, a aliança que mudou completamente suas vidas foi aquela feita no Sinai, assim que foram libertos do Egito, quando o Senhor os chamou para, por meio do estabelecimento dessa aliança, que se tornassem Seu povo. Na verdade, a aliança começou antes disso, com o patriarca Abraão, com quem Deus firmou aliança prometendo-lhe a terra para onde levaria seu povo, mediante Moisés e Josué. 

Contudo, desde o próprio Sinai, o agora povo de Deus se mostrou rebelde. O que era para ser um comportamento modelo como nação sacerdotal tornou-se uma prática idólatra e ímpia, imitando os povos pagãos ao seu redor, algo que nem o período do reinado, com Davi e Salomão, nem o envio dos profetas conseguiu remediar.  

Assim, chega um momento em que o Senhor começa a anunciar uma recriação, ou uma nova Criação. Essa nova vida viria por meio de uma nova aliança, “não conforme a aliança que fiz com seus pais, no dia em que os tomei pela mão, para os tirar da terra do Egito; porquanto eles anularam a minha aliança, não obstante eu os haver desposado, diz o SENHOR” (Jr 31.32). 

Se na antiga aliança do Sinai o povo, apesar de aceitar andar sob a Lei de Moisés, andou em seus próprios caminhos pecaminosos, desobedecendo a Lei, o Senhor lhes disse que esse problema seria resolvido: “Na mente, lhes imprimirei as minhas leis, também no coração lhas inscreverei; eu serei o seu Deus, e eles serão o meu povo” (Jr 31.33). 

Essa nova aliança, anunciada por Jesus na instituição da Ceia, foi concretizada em Sua morte na cruz, na ressurreição (nova vida!) e no derramar do Espírito Santo. É mediante a presença do Espírito Santo na vida do crente que Deus inscreve Suas leis em seu coração, ou seja, age internamente para que Seu povo passe a obedecê-lo.  

Agora, não há necessidade de sacerdotes e profetas, pois todos são chamados a um relacionamento íntimo com o Deus Criador e com Seu Filho, Jesus Cristo. Por isso, a vida na nova aliança não pode ser outra senão uma vida de entrega  em adoração e obediência a Jesus. Não é mais uma tentativa de seguir um conjunto de regras para agradar à divindade, mas o relacionar-se com o Deus que nos salvou, perdoou e transformou, fazendo morada em nós. 

Por meio da nova aliança em Cristo, somos chamados a uma novidade de vida. Deus não nos deixa à mercê de nossas próprias forças para vivermos o que não temos força para viver: a Sua santidade. Sabedor de que a humanidade não tem condições de responder por si só de forma positiva, o Senhor proveu a transformação necessária em nosso coração para que pudéssemos andar com Ele. 

O autor da Carta aos Hebreus, que tanto discorre sobre a superioridade da nova aliança, nos faz o alerta: “Por esta razão, importa que nos apeguemos, com mais firmeza, às verdades ouvidas, para que delas jamais nos desviemos. (…) como escaparemos nós, se negligenciarmos tão grande salvação?” (Hebreus 2.1,3) 

Assim, sigamos firmados nessa novidade de vida, renovando-nos dia a dia no Senhor, para que possamos experimentar a “boa, perfeita e agradável vontade de Deus” (Romanos 12.2). 

 

– Pr. Luís F. Nacif – Pastor Auxiliar