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Estudos e artigos

NATAL: POR QUE PRESERVAR AS TRADIÇÕES?

Já chegou o Natal! Não o dia 25, é claro, mas a época do Natal. E quem disse que ele só acontece no dia 25 de dezembro?! Já em novembro vemos as decorações aparecendo nos Shopping Centers e nas ruas. Muitos decoram suas próprias casas com árvores, guirlandas e as famosas luzinhas. É Natal! 

Por ser uma das principais datas comemoradas pela cultura cristã (e até fora dela!), o Natal merece uma atenção especial. Comemoramos algo sublime: o nascimento do nosso Senhor e Salvador, o milagre da encarnação. Não é sem sentido comemorarmos o nascimento de Jesus, pois até os anjos romperam naquele dia o véu que separa o mundo natural do mundo espiritual para erguer louvores por causa da “boa-nova de grande alegria” (Lucas 2.8-14). 

Muito se discute se Jesus nasceu ou não no dia 25 de dezembro, se essa data foi emprestada de uma festividade pagã ou se seria válido usarmos decorações como árvore de Natal ou presépios. Na verdade, acho essa discussão inócua, infrutífera. Como não sabemos qual dia no calendário corresponde à data correta, não há por que rejeitar a data tradicional para escolhermos qualquer outra. Comemoremos no dia 25! 

A forma como celebramos o Natal, contudo, pode fazer toda a diferença. A tradição cristã tem sido constante e intensamente abafada pela força do consumismo. Ainda que usemos os símbolos da cultura ocidental para decorar o Natal, com árvores em formato de pinheiro, bolas coloridas e luzes decorativas, o verdadeiro significado não pode ser ofuscado. Ainda que o Papai Noel esteja presente nos ajuntamentos familiares, Jesus Cristo deve ser o centro das atenções, dos discursos e das orações.  

As tradições do Natal, como tudo na vida, podem ser usadas para glorificar a Deus ou desonrar nosso Senhor. A troca de presentes pode ser um mero impulso consumista ou então refletir valores de comunhão, fraternidade e generosidade. As comidas e bebidas fartas na Ceia podem alimentar nossa glutonaria e bebedice, ou serem recebidas com ações de graças do sinal da fartura do cuidado de Deus em nossas vidas. As músicas podem martelar nossa cabeça com letras contrárias ao Espírito de Cristo, ou então exaltar o Nome d’Aquele que nasceu para nos trazer uma paz inexistente até então. 

Comemorar ou não o Natal não é a questão a ser respondida, a meu ver. Creio que a forma como o comemoramos é que demonstra se estamos celebrando o nascimento do nosso Salvador ou se fomos entregues ao espírito desse mundo. 

A melhor forma de resistir a esse fluxo mundano que tenta arrastar o Natal consigo não é um ascetismo que rejeita uma data tão significativa, mas o resgate do seu verdadeiro significado, ainda que usando os elementos culturais modernos. A estrela em cima da árvore, as luzes, os presentes, o Papai Noel (resgatando a figura generosa e compassiva do Bispo Nicolau, na antiga Ásia Menor) podem todos ser elementos que exaltam a Jesus, bastando para isso a correta intencionalidade de um coração que tem Cristo em seu devido lugar de honra. 

Resista ao espírito deste século. Celebre o Natal com todos os elementos que achar necessários e dignos. Reúna sua família, exalte o nome de Jesus, e com os anjos cante:Glória a Deus nas maiores alturas, e paz na terra entre os homens, a quem ele quer bem. Porque um menino nos nasceu, um filho se nos deu; o governo está sobre os seus ombros; e o seu nome será: Maravilhoso Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade, Príncipe da Paz.” (Lucas 2.14; Isaías 9.6) 

– Pr. Luís F. Nacif – Pastor Auxiliar