Limpando o “mato” do “jardim” da Igreja
José Rosifran Macedo – Diretor da Base WEC Brasil – WorldwideEvangelization for Christ – Missão de Evangelização Mundial/AMEM
“Todo ramo que, estando em mim, não dá fruto, ele corta; e todo que dá fruto ele poda, para que dê mais fruto ainda. Vocês já estão limpos, pela palavra que lhes tenho falado.” João 15.2-3
Essa Qualquer pessoa que tem ou já teve um jardim, ou uma horta, sabe que um dos principais problemas enfrentado no cultivo do mesmo é o surgimento natural de mato ou ervas daninhas. Se o jardim não for cuidado adequadamente, o mato pode tomar conta, e a longo prazo, causar o desaparecimento da grama e de outras plantas ornamentais.
Os entendidos apontam algumas causas para o aparecimento deste mato. A primeira razão é que possivelmente ele já existia no local antes da implantação do jardim, e o mesmo não foi removido de maneira adequada. Parte do seu sistema de raiz permaneceu no solo, e naturalmente, ele brotou novamente. Outra razão é que há muitas ervas daninhas na área próxima ao jardim, e o vento e os pássaros transportam as sementes para o mesmo.
Limpar o mato do jardim não é tarefa fácil. Demanda muito trabalho e persistência. No entanto, é bom lembrar que o crescimento do mato pode ser devido a problemas no solo. O solo muito arenoso, que tem uma drenagem rápida, e o solo ácido podem favorecer algumas ervas daninhas. Se a pessoa corrigir o problema do solo, naturalmente estará contribuindo para o desaparecimento do mato.
Mas é de conhecimento comum que para eliminar o mato, temos que ir “à raiz do problema.” É necessário arrancar não apenas o mato na superfície, mas o sistema de raiz por completo, a fim de evitar que o mato cresça novamente. Este é o grande desafio. Algumas ervas têm um sistema de raiz muito complexo, se espalhando em uma área bem superior ao que aparece na superfície, e algumas têm vários “andares”. Para eliminar o mato é preciso erradicar o sistema de raiz por completo, se não, em breve, o mato volta a aparecer.
Ao compararmos a igreja a um jardim encontramos uma realidade semelhante. Todos nós nos achegamos ao Senhor com muito “mato” em nossas vidas. Precisamos nos submeter ao contínuo trabalho do “agricultor” em tratar o solo dos nossos corações, tratando assim o problema pela raiz. Não podemos nos acomodar apenas com a aparência.
Em Mateus 23.23 a 28, Jesus critica a mera “espiritualidade externa” dos escribas e fariseus. Eles se acomodaram a uma vida de aparência espiritual sem tratar a raiz dos seus problemas. O texto diz (versos 25, 26 e 28): “Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! Porque limpais o exterior do copo e do prato, mas por dentro estão cheios de rapina e de intemperança. Fariseu cego! Limpa primeiro o interior do copo, para que também o exterior se torne limpo. Assim também vós exteriormente pareceis justos aos homens, mas por dentro estais cheios de hipocrisia e de iniquidade.”
Precisamos de um tratamento que lide com a raiz dos nossos problemas. Como consequência, o exterior também será limpo. Como o mato pode apontar problemas no próprio solo, como arenosidade e acidez, precisamos refletir se não precisamos corrigir primeiro algumas áreas na vida da igreja, para que o “mato” seja eliminado. Precisamos criar um ambiente saudável expressando verdadeira adoração, santidade, vida de comunidade, estudo da Palavra e alegria no Senhor, a fim de evitarmos criar condições para o aparecimento de “ervas daninhas”.
Uma igreja que vive o verdadeiro Evangelho desencoraja uma “espiritualidade apenas de aparência”. A Igreja Primitiva (de Atos dos Apóstolos) evidenciava esta qualidade de vida. Diz o texto, em Atos 2.42, 43,44, 46 e 47), e aqui concluindo: “Perseveravam na doutrina dos apóstolos e na comunhão, no partir do pão e nas orações. Em cada alma havia temor, e muitos prodígios e sinais eram feitos pelos apóstolos. Todos os que criam estavam unidos e tinham tudo em comum… E, perseverando unânimes todos os dias no templo, e partindo o pão em casa, comiam com alegria e singeleza de coração, louvando a Deus, e caindo na graça de todo o povo. E cada dia acrescentava-lhes o Senhor os que iam sendo salvos.”