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Estudos e artigos

JONAS AGINDO NA FRENTE DE DEUS

(Jonas 4) 

Chegamos ao final da jornada no livro do profeta Jonas. Vimos como ao ser chamado por Deus para pregar à cidade de Nínive, que era inimiga do povo de Israel, preferiu partir para o lado oposto. Em sua fuga ele descobre que não há lugar para onde se pode ir para fugir da presença do Senhor.  

Pois como diz o salmista no Salmo 139.7-12: “Para onde me ausentarei do Espírito? Para onde fugirei da tua face? Se subo ao céu, lá estás; se faço a minha cama no mais profundo abismo, lá estás também; se tomo as asas da alvorada e me detenho nos confins dos mares, ainda lá me haverá de guiar a tua mão, e a tua destra me susterá. Se eu digo: as trevas, com efeito, me encobrirão, e a luz ao redor de mim se fará noite, até as próprias trevas não te serão escuras: as trevas e a luz são a mesma coisa. 

Após ser lançado ao mar, engolido pelo grande peixe e, após três dias, clamar ao Senhor e ser deixado na praia, Jonas vai então para Nínive e declara a mensagem do Senhor para aquela cidade. Os ninivitas se arrependem desde o menor até o rei da cidade, e com isso o Senhor decide não mais destruí-la.   

A reação de Jonas é de desgosto e revolta ao perceber que a cidade inimiga seria poupada. Jonas sabia que isso poderia acontecer, a ponto de dizer que esse era o motivo da sua fuga, pois, por conhecer o Senhor e Seu caráter perdoador e misericordioso, preferiu fugir. 

Ao olhar para a história de Jonas percebemos mais do que um profeta que fugiu das ordens do Senhor ou que era egoísta em não querer o perdão de Deus para um povo inimigo. Nós vemos um servo que conhece profundamente o seu Senhor, o Deus de toda misericórdia, rico em compaixão e pronto para perdoar. O Senhor ainda precisava tratar com Jonas e fez isso em dois momentos:  

Deus escutou os motivos de Jonas 

Em sua ira, Jonas ora ao Senhor expressando todo o seu descontentamento com a situação. Sua revolta era tanta, que ele pede para Deus o matar, pois preferia a morte que a vida. Essa é a segunda oração de Jonas registrada no livro. A primeira tinha acontecido no ventre do peixe, em um momento de quebrantamento e entrega, quando clama por sua vida ao Senhor. Nessa segunda oração, o quebrantamento dá lugar à raiva e à revolta, e Jonas pede pela morte.  

A atitude de Jonas demonstra seus verdadeiros motivos. Ele conhecia o Senhor, e por isso sabia que se pregasse em Nínive, o povo se arrependeria de seus pecados e Deus os perdoaria. Jonas estava mais interessado na destruição de seus inimigos do que em obedecer à vontade do Senhor.  

Conhecer sobre Deus pode se mostrar insuficiente; mais que conhecer, precisamos colocar em prática esse conhecimento. Saber a vontade de Deus e buscar que ela seja exercida em nossas vidas é o que devemos buscar.  

Deus ensina uma lição a Jonas 

Após sair de Nínive, Jonas busca um lugar para observar o que seria feito da cidade. Em meio à espera e ao calor, Deus faz crescer uma planta que produzia sombra sobre Jonas. No outro dia, porém, o Senhor envia um verme que mata a planta, e isso faz Jonas ficar furioso mais uma vez. A lição de Deus para Jonas estava então posta. Como poderia Jonas ter compaixão de uma planta que cresceu e morreu em um dia e que pela qual ele não fez nada, e ainda assim estar irado com Deus por ter tido compaixão de uma cidade inteira com mais de 120 mil pessoas, que o próprio Deus havia dado a vida?! 

A lição de Deus para Jonas e para todos nós é que somos tão pecadores e merecedores da ira de Deus como os ninivitas eram. Não há quem faça o bem, não há quem busque a Deus. Todos pecamos e carecemos de perdão e graça. A boa notícia é que o mesmo Deus, cheio de graça e misericórdia e que um dia derramou do Seu perdão sobre Nínive, é o Deus que nos chama ao arrependimento e perdão.  

Conclusão  

O Senhor ensinou a Jonas o que era o amor e perdão, não importando a origem ou o passado. Todos somos alvo do amor de Deus e somos chamados ao arrependimento, para então sermos libertos das amarras do pecado e da morte. Pela graça de Cristo, temos paz com Deus, deixamos de ser inimigos e passamos a ser filhos do Altíssimo.  

– Lic. Fernando Guedes – Licenciado