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 “e toda carne verá a salvação de Deus.”  – Lucas 3.6 (ARA) 

O evangelho narrado por Lucas tem um “quê” especial. O autor inspirado (como todos demais nas Sagradas Escrituras) traz a ênfase da salvação de Deus por meio de Jesus Cristo. Deus, no Seu plano eterno, intervém e governa o curso da história humana, provê a salvação do homem e é assim que Lucas apresenta Jesus Cristo como ponto central de toda a história. Os três primeiros capítulos deste evangelho descrevem a forma milagrosa e sobrenatural em que o Reino de Deus chegou. 

Ao relatar a concepção milagrosa de João Batista, Lucas aponta para aquele de quem a profecia falou: “a voz que clama no deserto” (Isaías 40.3), aquele que “prepara o caminho do Senhor” (Malaquias 3.1). João Batista congrega a nação de Israel e a conclama ao arrependimento. O tempo chegou! (Lucas 3.3). Enquanto anuncia o arrependimento para a salvação, o precursor do Cristo alerta também para a condenação daqueles que resistem a essa anunciada redenção. 

Os dicionários, em um contexto geral, definem a palavra “arrependimento” como uma forma de pesar ou lamento pelo mal cometido. É a compunção (pesar), a contrição (arrependimento de pecados). Do grego, é a “metanoia”, a mudança da mente, de propósito. Agora, há nova disposição para o bem que se deve fazer. Portanto, é pelo arrependimento e pela fé que se chega a Cristo, o Salvador. 

No versículo 6 do capítulo 3 de Lucas, há em destaque que “toda a carne verá a salvação de Deus”. Certamente que essa salvação é o prêmio para quem reconhece que, sendo pecador, afundado em perdição e morte, somente e somente se o caminho for endireitado, poderá ver salvação. O evangelho faz isso. É ele o anúncio da graça que faz ver luz a quem jaz em trevas (Lucas 1.79b). 

Tendo relatado o nascimento de João Batista, Lucas agora descreve a vinda sobrenatural de Cristo ao mundo. A maior e melhor notícia dada a toda humanidade é esta: “é que hoje vos nasceu, na cidade de Davi, o salvador, que é Cristo, o Senhor” (Lucas 2.11). Ah, sem dúvida! A “boa-nova de grande alegria” (Lucas 2.10b). O Reino de Deus nos chegou por Cristo. Essa mensagem deve ser levada, crida, anunciada, falada aos “quatro cantos do mundo”. Arrependam-se! Creiam no evangelho! Creiam no Cristo de Deus! (Marcos 1.15). 

Antes de iniciar este texto, durante a leitura do evangelho de Lucas, duas frases saltaram-me aos olhos. A primeira: “…o senhor usara de grande misericórdia…” (Lucas 1.58). A outra: “…guardaram-nas no coração” (Lucas 1.66). E é isso. Quando se volta para Deus, com arrependimento, somos achados por Ele em grande misericórdia. Ao anunciar tamanha graça, o evangelho toca o coração daquele que o ouve. E isso não é impossível. Qualquer que seja o homem, quer tenha feito coisas terríveis ou não, o anúncio do Filho de Deus, que veio ao nosso encontro, pode produzir (e produz) arrependimento e o desejo intenso de transformação. Como isso é possível? O apóstolo Paulo afirma que é a bondade de Deus que nos conduz ao arrependimento (Romanos 2.4). Paulo também destaca que é ao ouvir o evangelho que o pecador se desperta para a fé (Romanos 10.14 e 15).  

Portanto, nós que ouvimos, vimos e cremos na salvação também devemos anunciá-la, a fim de que muitos outros se acheguem a Cristo pela fé e sejam salvos. Para que os seus e os nossos pés sejam dirigidos pelo caminho da paz (Lucas 1.79). 

– Pr. Edson Gonçalves – Pastor Auxiliar